Por: Lilia Camargo
Com a chegada da pandemia e a necessidade do isolamento social para contenção da covid-19 no Acre, as notificações dos casos de violência interpessoais e autoprovocadas tiveram uma redução de 23%, em 2020, se comparadas ao ano de 2019. A queda pode estar atrelada a diversos fatores, entre eles o reforço das ações de prevenção à violência, como também o receio de sair de casa devido ao cenário epidemiológico ou até mesmo por conta da superlotação das unidades de saúde, o que provoca a desistência.
Para salientar a importância da notificação desses números junto aos profissionais da Saúde, o Núcleo de Vigilância da Violência e Acidentes, em parceria com o Departamento de Atenção Primária em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou, durante o ano de 2021, um trabalho de sensibilização junto aos profissionais que lidam com o atendimento em todo o estado, para identificar e registrar possíveis casos de violência.
“Os registros não são só números, são pessoas que, por intermédio da unidade, podem ser direcionadas para um atendimento especializado e receber ajuda. Levamos duas capacitações que abordaram essa temática a 19 municípios do Acre e também à capital Rio Branco, e já podemos ver os resultados em números”, explica Carla Mendes, coordenadora de Vigilância das Violências e Acidentes.
O resultado das ações de reforço nas unidades de saúde gerou um aumento de 33% das notificações de violência em 2021. Os dados possibilitam à Sesacre uma base de registros que irá ajudar a subsidiar as ações de prevenção e políticas públicas desenvolvidas pelo Estado, bem como traçar perfis e melhorar o atendimento nas unidades, buscando sempre a humanização.
“Os tipos de violência que estamos tentando notificar são mascaradas, que às vezes nem chegam a ser registradas em delegacia. Se uma pessoa procurou a unidade e o caso não foi notificado, a mesma pessoa provavelmente vai continuar em situação de violência, sendo que poderíamos ajudar. Alertamos as vítimas que se dirijam às unidades de saúde, que estão aptas a atender e encaminhá-las a rede de atenção primária”, explicou a coordenadora.
Fonte agencia.ac.gov.br