Por Aline Querolaine
Por se tratar de uma região endêmica, o Vale do Juruá é referência em diagnóstico e tratamento de arboviroses, que são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. As arboviroses mais comuns em ambientes urbanos são dengue, chikungunya e zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Sensíveis a essa realidade, especialmente neste período de inverno amazônico, quando o aumento de chuvas contribui significativamente para a proliferação do mosquito da dengue, o governo do Estado, por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria de Saúde (Sesacre), promoveu, na manhã desta quarta-feira, 15, no Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul, uma oficina integrada sobre arboviroses e malária, na regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira.
Maria da Glória Menezes, moradora do bairro Miritizal, em Cruzeiro do Sul, ainda sofre com as sequelas da malária, após ter contraído a doença três vezes. “Faço dieta bastante restritiva, por conta da doença, e é muito difícil não poder comer coisas que gosto”, relatou.
Em outra região da cidade, no bairro São Cristóvão, Amarildo Souza sofre com a dengue. A doença chegou no estágio mais crítico e por pouco ele não morreu. “Estava com dengue hemorrágica, achei que não ficaria bom, agora vou tomar todos os cuidados”, ponderou.
Estiveram presentes representantes do Ministério da Saúde, secretários municipais, instituições de ensino, classe médica, estudantes de medicina e outros.
O que disseram
“O Ministério da Saúde está sempre buscando trabalhar em parceria com o Estado, no intuito de fortalecer essa união e colaborar, trazendo novos conhecimentos para um maior controle das arboviroses e malária”.
Pablo Fontoura, consultor técnico do Ministério da Saúde
“Esta oficina é de extrema importância para conseguirmos mapear os índices das duas doenças e poder conter uma possível epidemia”.
Rita Lima, médica infectologista
“Nós temos 92% dos casos de malária, concentrados principalmente em três municípios: Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul”.
Raimundo Alves, supervisor de endemias da Coordenação de Vigilância em Saúde
“Essa integração entre as esferas federal, estadual e municipal objetiva evitar uma nova epidemia aqui na região. Vamos intensificar o controle à manifestação dessas doenças”.
Diani Carvalho, chefe interina da Coordenação Regional de Saúde
“Essa oficina é essencial para integrar as ações dos municípios e dos estados do Acre e Amazonas. É um momento de esclarecimentos e de mostrar a importância de cada protagonista: secretarias municipais, agentes de saúde e gestores”.
Rodrigo Medeiros, professor do Programa de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Acre
Fonte agencia.ac.gov.br