Por Cássia Veras
O câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença em todo o mundo, e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Atualmente, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Dessa forma, com o objetivo de capacitar os profissionais da saúde para reconhecer os sinais e sintomas do câncer nesse público, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizou, nesta quinta-feira, 4, em Rio Branco, uma qualificação com os médicos e enfermeiros da Assistência Primária.
“O intuito é fortalecer esse diagnóstico, para que seja fechado de forma precoce e, de fato, impacte na redução da mortalidade infantil relacionada ao câncer”, explicou a chefe do Núcleo de Prevenção de Doenças Crônicas da Sesacre, Mayra Wolter.
O câncer pediátrico representa apenas um percentual pequeno (aproximadamente 3%) em relação ao câncer de adultos. As causas são desconhecidas, entretanto, um pequeno número de casos de câncer em crianças e adolescentes (cerca de 10%) se devem a anormalidades genéticas ou hereditárias.
De acordo com a oncologista pediátrica Valeria Paiva, que atua no Hospital do Câncer do Acre e no Hospital da Criança, a capacitação da Atenção Primária é essencial, pois é a porta de entrada desses pacientes para a Alta Complexidade.
“Eu preciso da rede básica, dos médicos que estão na ponta, porque eles é que vão receber a criança pela primeira vez. Os tumores em crianças são muito mais agressivos, então a gente não pode esperar que os exames sejam feitos no tempo de um paciente comum, tudo tem que ser com a máxima urgência. Por isso, é essencial que esse médico saiba identificar de imediato encaminhe o paciente para o tratamento”, explicou.
Andrews Henrique Dias é médico e atende na Unidade de Referência em Atenção Primária (Urap) Claudia Vitorino, localizada no bairro Taquari, em Rio Branco. O clínico destacou a importância da capacitação para o aprendizado dos profissionais.
“Precisamos estar sempre nos atualizando e uma capacitação como essa, que aborda os casos e nos direciona a como identificar o câncer em crianças e adolescentes, é muito importante. Até porque, de qualquer forma, a nossa missão é sempre evoluir para acolher melhor nossos pacientes”, disse.