Por: Lilia Camargo
A vacinação é a principal forma de prevenir a meningite, que pode levar à morte em até 24 horas ou deixar sequelas graves. No Acre, as taxas de cobertura vacinal contra a enfermidade, principalmente nas modalidades meningocócicas, estão abaixo das recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS).
Segundo dados da Secretaria de Saúde (Sesacre), de janeiro até o dia 1º de dezembro foram notificados 67 casos suspeitos da doença com 13 casos confirmados. Entre os óbitos, 1 foi por meningite fúngica e três por meningite viral. A taxa de letalidade encontra-se em 30,7%, representado um aumento de 19,6% em relação a 2021.
O MS registrou, até o fim de outubro, 5.821 casos e 702 óbitos por meningites de diferentes etiologias – causas – no Brasil. O motivo do avanço é a queda do índice de vacinação no país, principal meio de prevenção, chegando a combater 90% das formas mais graves da doença.
As vacinas contra a meningite bacteriana são consideradas as medidas mais eficazes e seguras para evitar quadros mais graves da doença, que produzem sequelas como amputações, surdez, cicatrizes ou morte. “Uma vez que as crianças e adolescentes deixem de receber a vacina, o agente causador da doença começa a circular, aumentando a sua incidência”, explica Daíla Timbó, responsável pelo Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Sesacre.
Existem imunizantes que protegem contra todos os tipos da doença bacteriana, meningite A, C, W, Y e B. A vacina disponível na rede pública protege contra o tipo C da doença e é ofertada ao público prioritário: crianças menores de cinco anos de idade, adolescentes de 11 e 12 anos e pessoas com comorbidade. A cobertura para a vacina meningocócica C (conjugada) no ano de 2021 foi de 69,81% em crianças. Já de janeiro a setembro de 2022, encontra-se em 67,83%, quando o preconizado pelo MS é 95%.
“Lembramos ainda que não existe vacina contra outros microrganismos causadores de meningites como os fungos, vírus, protozoários e helmintos [vermes parasitas]”, acrescenta Daíla Timbó.
O que é a meningite?
A meningite é uma doença grave, que pode levar à morte em até 24 horas. Trata-se de uma inflamação das meninges – membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. É preciso agir rapidamente desde o início dos primeiros sintomas, pois a patologia pode deixar sequelas consideráveis, como amputações, perda da audição e convulsões.
Sintomas e tratamento
A intensidade dos sinais pode variar de acordo com o agente infeccioso. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do MS, as meningites provocadas por vírus costumam ser mais brandas, e os sintomas são parecidos com os de gripes e resfriados.
Entre os sinais da forma viral estão dor de cabeça, febre, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite e irritação. O vírus pode ser transmitido pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio de alimentos contaminados e água.
Já as meningites bacterianas são mais graves, e os sintomas aparecem em pouco tempo, incluindo mal-estar, febre alta, vômitos, dor de cabeça forte e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e manchas vermelhas no corpo. A transmissão ocorre por meio de secreções eliminadas pelo trato respiratório, como espirro ou tosse.
O tratamento da meningite é feito conforme o agente causador da infecção. De modo geral, a abordagem precisa ter início o quanto antes, para aumentar as chances de evitar o desenvolvimento de lesões que podem deixar sequelas permanentes ou, até mesmo, levar à morte.
Não há tratamento para combater o tipo viral, que se resolve sozinho, podendo ser utilizada medicação para aliviar os sintomas, como dor e febre.
Fonte agencia.ac.gov.br