Moradores temem que casas sejam levadas pelas águas.
Rio Juruá registrou a marca de 13,14 metros nesta quarta-feira (28).
O nível do Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC), atingiu nesta quarta-feira (28), 13,12 metros, passando 12 centímetros da cota de transbordamento, que é de 13 metros. A água chegou aos bairros Lagoa, Miritizal, Boca do Môa, Várzea e Olivença. Duas famílias do bairro Boca do Môa solicitaram ajuda do Corpo de Bombeiros para deixar suas casas.
É o caso do pescador José de Jesus Saraiva de Oliveira, de 47 anos, que vive no local com a esposa Márcia Rodrigues Nascimento e seus três filhos. Nesta quarta, a água chegou ao assoalho da residência.
“Está com quatro anos que moro aqui e todos os anos a água atinge nossa casa. Esse ano vamos ter que sair, pois está mais perigoso, a casa já está bem próxima do barranco e pode ser levada pela água”, teme.
A dona de casa Aritana da Silva Pessoa, de 24 anos, também foi retirada de sua residência devido ao perigo que o local apresenta. Ela diz ter medo que bichos peçonhentos, como cobras e jacaré, entrem na casa durante a noite.
“Todos os anos alaga. Neste ano nem canoa eu tenho, fica difícil ir à escola. Saí hoje e levei minhas coisas para vizinha, mas lá também não tem espaço e a água está quase atingindo a casa”, conta.
De acordo com o comandante do 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros, coronel Marcelo Araújo, a previsão é de mais chuva para os próximos dias. Segundo ele, existe um planejamento realizado através de um plano de contingência para que a equipe não seja surpreendida e as famílias fiquem desassistidas.
“Essa elevação já era esperada, considerando que nós fazemos o monitoramento da precipitação pluviométrica e da previsão de chuva. Como em Marechal Thaumaturgo está com 8,50 metros e em Porto Walter com 9 metros, nós já entendíamos que hoje algumas famílias deviam ser retiradas”, esclarece.
As famílias retiradas devem receber o aluguel social, caso o número de removidos ultrapasse 20 famílias as pessoas deverão ser encaminhadas para abrigos sociais. Em 2014 , de acordo com o comandante, não foi necessária a retirada de nenhuma família.