Desta vez a vitima foi Kelve Marcelo da Cruz Cabral, 22, que morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória na manhã da última terça-feira (6). O jovem estava internado no hospital do Juruá, onde realizava tratamento contra sintomas da dengue.
De acordo com a família, o resultado do exame para confirmar as causas da doença foi realizado em um laboratório particular e confirmou a suspeita de que o rapaz havia morrido de dengue hemorrágica.
Segundo o pai da vítima, Adalberto Cabral, esta era segunda vez que o rapaz contraíra a doença, mas se recusava a procurar um médico. Ele só foi levado ao hospital quando o quadro clínico se agravou. De acordo com Cabral, o laudo do hospital não especificou a causa da morte, descrevendo apenas como não identificada. Por isso a família procurou um laboratório particular.
Lucila Brunetta, Secretária Municipal de Saúde, contou não haver informações oficiais encaminhadas à Secretaria, e que ainda aguarda os resultados dos exames que confirme ou não a dengue hemorrágica como a causa da morte.
O corpo de Kelve Marcelo foi sepultado na manhã desta quarta-feira (7) no cemitério Jardim da Paz, no municipio de Cruzeiro do Sul.
Mais um óbito por dengue
A adolescente Lilian (sobrenome ainda não revelado), de apenas 12 anos, faleceu na noite desta quarta-feira, 07, após ter dado entrada no Hospital do Juruá. Ela apresentava um quadro compatível com dengue hemorrágica. Caso se confirme, a adolescente terá sido a segunda pessoa a morrer em consequência da doença em menos de 48 horas.
A população de Cruzeiro do Sul, que sofre uma epidemia de dengue, reclama mais atenção e melhor estratégia no enfrentamento do problema. A prefeitura da cidade, responsável pela área, não vem conseguindo reduzir os milhares de casos registrados mês após mês.
Em 2014, durante todo o período de campanha eleitoral, a cidade ficou acéfala e as ações de combate a dengue foram prejudicadas. O prefeito Vagner Sales (PMDB), abandonou o comando da maior cidade do interior acriano. Ele devotou-se a campanha eleitoral de Márcio Bittar (PSDB), que tinha como companheira de chapa a esposa Antonia Rojas. Também concorria sua filha Jéssica Sales – Deputada Federal, e o afilhado político Jonathan Donadoni – Deputado Estadual, ambos pelo PMDB.
Para piorar ainda mais o quadro de abandono do município por parte das autoridades administrativas, o Vice Prefeito Marzinho Santiago, sucessor imediato de Vagner Sales, também concorria a um mandato. O presidente da Câmara de Vereadores e terceiro na hierarquia do poder municipal, Romário Tavares, de igual modo disputava uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ao longo de quatro meses, combater a dengue não foi prioridade para os líderes municipais. Importante mesmo era cabalar votos!