Por: Clícia Araújo
Em virtude da pandemia de covid-19, as escolas tiveram que substituir as aulas presenciais por aulas remotas, e foi aí que surgiu o Programa Escola em Casa, idealizado pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), em 2020.
O programa foi criado para garantir ensino a distância aos estudantes acreanos durante o período da pandemia, por meio de videoaulas, audioaulas e acesso a plataforma digital Educ-Acre, alcançando os alunos da rede estadual nos lugares mais longínquos do estado.
Na TV, o programa era transmitido pela AmazonSat, filiada à Rede Amazônica de Televisão, disponível em 18 municípios acreanos. Da mesma forma, no rádio era possível ouvir as transmissões, feitas pela Aldeia FM e Difusora Acreana, ambas do sistema público de comunicação.
O Acre foi o primeiro estado a lançar um programa no rádio e na TV para que os estudantes pudessem acompanhar remotamente as aulas e continuar o processo de ensino-aprendizagem.
Logo, professores foram se reinventando como apresentadores do conteúdo que haviam cuidadosamente elaborado, atualizado e revisado.
A iniciativa acreana foi um sucesso e os governos do Amazonas, do Pará e do Amapá passaram a retransmitir as aulas que haviam sido gravadas pelos professores acreanos.
Na ocasião, o programa rendeu elogios ao governo do Estado do Acre, por meio da Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo e maior rede de televisão aberta da região Norte, por fornecer conteúdos pedagógicos aos estudantes durante a pandemia.
O trabalho inovador desenvolvido pela SEE chamou a atenção da equipe do Fantástico, da Rede Globo, que veiculou uma reportagem especial sobre o ensino remoto utilizado na região Norte, especificamente nas comunidades mais isoladas, que apresentam dificuldades no acesso à internet e até mesmo de sinal televisivo.
A reportagem, veiculada em rede nacional, garantiu ao Fantástico o Prêmio Paulo Freire de Jornalismo, em abril, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), com o apoio da Unesco no Brasil.
Com o retorno das aulas presenciais, o programa será utilizado como mais uma ferramenta de apoio pedagógico para o aluno, na complementação do conteúdo visto em sala de aula, com foco na recomposição de aprendizagem.
“O Departamento de Mídias se programou para criar conteúdos pedagógicos, vídeos, áudios e outros materiais que serão planejados. Conteúdos para a plataforma que vai atender a recomposição que o professor vai fazer”, citou Rarismar Bezerra, chefe do Departamento de Mídias Digitais e TV Educacional.
As aulas seguem direcionadas aos alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e do Ensino Médio, transmitidas pela TV e pelo rádio, podendo ser acompanhadas, ainda pela plataforma Educ-Acre https://www.educ.see.ac.gov.br/.
O professor terá que trabalhar em sala de aula o conteúdo do ano em curso e recompor o conteúdo de anos anteriores, para amenizar a perda que houve com a pandemia.
“Além da observância no plano de aula, nós também fazemos observação dos slides que vão ao ar. Existe todo um trabalho da equipe técnica do estúdio com relação à diagramação e também o olhar pedagógico no sentido da aula como um todo”, explicou a assessora pedagógica Susie Lamas.
Segundo Rarismar, as escolas que necessitarem de algum conteúdo podem procurar o Departamento de Mídias Digitais e TV Educacional, falar com os assessores e solicitar o material desejado.
Existe, ainda, a proposta de promover aulas para o Enem, mas o projeto Pré-Enem ainda está em fase de conclusão, para atender os alunos da 3ª série do Ensino Médio e os estudantes que já saíram da rede e não podem pagar um curso.
Fonte agencia.ac.gov.br