A Expoacre Juruá terminou com um balanço positivo: faturamento geral superando os R$ 10 milhões. A área de produção agrícola e de artesanato mostrou a evolução registrada nos dois setores nos últimos anos.
A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) montou toda a estrutura do escritório local para dar assistência aos produtores na área de produção, elaboração de projetos e crédito rural, inclusive fazendo encaminhamentos. A grande variedade de produtos mostrou a força da agricultura familiar na região; muito devido ao incentivo do governo do Estado às cadeias produtivas, como a da farinha e a piscicultura, alavancada pelo Programa de Aquisição de Alimentos.
“Temos mel, derivados de mandioca e de cana-de-açúcar, de várias cadeias produtivas com as quais estamos trabalhando”, disse o secretário de Produção, Glenilson Figueiredo.
Na estrutura da feira foi montada uma casa de farinha que ficou em constante atividade produzindo farinha, goma, beiju e tapioca. O presidente da Central de Cooperativas (do ramo de produção agrícola), Germano da Silva Gomes, disse que o objetivo foi mostrar que a farinha é feita de forma correta e que os produtores fizeram cursos de boas práticas na fabricação de farinha.
Germano da Silva Gomes ficou satisfeito com o sucesso das tapiocas. Ele conta que no primeiro dia da feira os cooperados levaram ao local 30 quilos de goma. “Não deu nem para quem quis.”
Artesanato
Outro setor que vem se expandindo no Vale do Juruá é o do artesanato. Na região muitos artesãos sobrevivem exclusivamente de sua arte como é o caso de Cláudio Ferreira de Lima, de Rodrigues Alves. Há cinco anos ele trabalha só com artesanato, em sua própria casa, com ajuda da família. Sua principal matéria-prima é a madeira com a qual faz miniaturas de canoas, botes, taças, bandejas, peixes, animais, entre outros produtos.
Para Ferreira de Lima, a Expoacre Juruá é sempre uma ótima ocasião de vender seus produtos. “Já vendi produtos em feiras em Rio Branco e São Paulo e até na Itália já tem artigo meu”, disse orgulhoso.
O agricultor Darci Mendes, da região do Projeto Santa Luzia, descobriu no artesanato um importante complemento de renda. Ele vem produzindo peças decorativas de madeira que começam a cair no gosto popular e se orgulha de ter vendido duas peças para a vice-governadora Nazareth de Araújo. Sua expectativa é crescer: “Quero adquirir maquinário e aumentar a quantidade e qualidade de peças”, comentou.
Para o povo katuquina, que habita as margens da BR-364, próximo a Cruzeiro do Sul, o artesanato é tão importante atualmente que o vendedor é o próprio cacique Fernando Katuquina.
O cacique conta que os katuquinas depois de passarem algum tempo afastado de suas tradições estão retornando com força a elas e uma expressão disto vem com o artesanato. Pulseiras, colares, brincos, trazem pinturas que remetem às tradições: “Cada desenho tem um significado”, explica Fernando.
Ainda segundo o cacique, o artesanato vem se tornando muito importante nas aldeias da Terra Indígena e, atualmente, cerca de 200 índios estão aprendendo a fazer artesanato, especialmente os estudantes.