Por Assessoria de Comunicação
A prefeitura de Cruzeiro do Sul, em parceria com a UFAC e o Ministério Público Estadual, vem empreendendo esforços no sentido de ampliar o programa de aquisição direta da agricultura familiar de alimentos para merenda escolar.
Entre os dias 11 e 14 de abril foram realizadas reuniões nas escolas em sete comunidades do rio Juruá Mirim. Anteriormente as secretarias de educação e de agricultura já haviam feito o mesmo no rio Valparaíso. O objetivo é facilitar o acesso dos agricultores ao programa.
O programa do PNAE já existe desde 2011, contudo o acesso dos produtores ao recurso é dificultado devido à burocracia exigida. É nesse sentido que a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, o MP e a UFAC deram as mãos para ampliar o programa.
Inverter a logística
“Notamos que havia muita dificuldade logística no transporte da merenda para estas localidades, ao passo que os agricultores sorem o mesmo problema para transportar seus produtos e comercializar na cidade. O mais lógico a fazer seria tentar inverter essa logística”, explicou o promotor do MP, Leonardo Honorato, que vem acompanhando o processo desde o início.
“Sem dúvida alguma, essa é uma porta que se abre para cada agricultor de cada comunidade. Os produtos que vendemos em Cruzeiro do Sul vão ser vendidos em casa com o mesmo valor. É uma renda para as famílias da comunidade sem qualquer despesa no transporte. Isso vai ajudar muito”, disse Railton Bezerra, agricultor e pai de aluno da Escola Lima Nobre.
“A gente tem dificuldade de descer o rio com nossos produtos, e às vezes a merenda alimentação, quando chega já passou da validade”, disse Adriana Silva Costa, mãe de aluno da Escola Joaquim de Paula, na Comunidade Extrema.
“Esse é projeto novo, mas a gente recebe com todo carinho. Vamos procurar se adaptar para tentar atender da melhor forma possível. Com certeza o programa é viável”, concluiu.
Os valores deste ano para serem revertidos na aquisição de alimento direto da agricultura familiar são 308 mil para as escolas do rio Valparaíso e 307 mil para as escolas do rio Juruá Mirim.
O programa deve beneficiar produtores como o sr. Manoel de Souza, pai de aluno na Escola Estephan Barbary. Manoel é produtor de banana possuindo cerca de 15 quadras plantadas, algo entre 15 a 20 mil pés. A maior parte da produção é perdida pela dificuldade em transportar.
“Quase tudo se perde, porque não tenho barco, são cerca de 10 -20 mil cachos que se perde por mês. Por isso é uma esperança porque vai beneficiar a gente. Acredito que vai dar certo”, disse.
“Melhorando a alimentação, melhora também o desempenho”, disse a Professora Roseni Barbosa, diretora da regional do Juruá Mirim.
“Esse projeto é muito bom porque vai mudar a alimentação deles, que por serem da zona rural, não estão acostumados a verduras, saladas, mas com os pais oferecendo como produto vão se adaptar contribui para a vida financeira de suas famílias. Espero que todos os pais possam aderir. As escolas têm esse recurso e temos que fazer valer para que fique na comunidade”, concluiu.
“Desde 2012 existe esta obrigatoriedade de 30% para agricultura familiar, o que não vinha acontecendo devidos às próprias dificuldades dos agricultores em participar do programa. O prefeito Zequinha, o secretário Amarísio juntamente com o MP e a UFAC se debruçaram sobre o problema para buscar soluções”, disse o secretário adjunto de educação, Valdenízio Martins.
“Esta é uma parceria estabelecida no sentido de fazer cumprir a legislação, mas beneficiar as famílias dos agricultores”, concluiu.