Cruzeiro do Sul, AC, 25 de novembro de 2024 03:34

Prefeito de Mariana é internado e passa por exames

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Prefeito de Mariana, Duarte Júnior (Foto: Reprodução/Globonews)
Prefeito de Mariana, Duarte Júnior
(Foto: Reprodução/Globonews)

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, de 35 anos, foi internado na manhã deste domingo (8) no Hospital Monsenhor Horta e passou por exames, que mostraram quadro normal, informou a assessoria do hospital.

Segundo a assessoria, ele apresentava “um quadro de tensionamento, de estresse, porque estava há vários dias sem dormir”.

A mulher dele, Regiane Oliveira, disse ao   G1 que ele está sem dormir desde o rompimento de duas barragens na cidade, que deixaram até o momento dois mortos e, nesta madrugada, ficou muito preocupado com uma forte chuva que caiu no município.

Segundo Regiane, o primeiro exame do coração, realizado na policlínica da cidade, apontou o princípio de infarto, mas o segundo já não mostrou alterações.

A assessoria do Hospital Monsenhor Horta informou que não foi diagnosticado quadro de princípio de infarto.

A prefeitura divulgou nota sobre o caso. “O prefeito Duarte Júnior deu entrada no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana (MG), por volta das 9h30 deste domingo (8) após constatada alteração no exame de eletrocardiograma nos primeiros atendimentos feitos na Policlínica Municipal. O prefeito foi atendido pelo médico plantonista Dr. Rodrigo Miranda e encaminhado ao hospital para realização de novos exames. O estado de saúde do paciente é estável e, neste momento, o prefeito está em observação médica”, diz a nota.

Deste o rompimento das barragens, na última quinta-feira, o prefeito tem acompanhado os trabalhos de buscas e resgates de vítimas e está trabalhando sem descanso.

Rompimento das barragens
As barragens do Fundão e de Santarém, da mineradora Samarco, se romperam na quinta-feira (5), despejando 62 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério e água.

Os números de mortos e desaparecidos aumentaram neste sábado: são 28 desaparecidos e 1 morto, segundo a Prefeitura de Mariana, na Região Central de Minas Gerais.

(Atualização: O Corpo de Bombeiros e o Governo de Minas Gerais voltaram atrás neste domingo e disseram não ser possível confirmar que o corpo resgatado em Rio Doce, neste sábado, seja realmente vítima do rompimento das barragens em Mariana. Com esta informação, o governo disse que há uma morte confirmada. Claudio Fiúza, de 40 anos, morreu de mal súbito na hora do rompimento, na quinta.)

De acordo com a Samarco, 557 desabrigados  estão hospedados em hotéis com custos pagos pela mineradora.

No sábado, o prefeito de Mariana havia dito ao G1 que os trabalhos na área atingida pelo rompimento das barragens recomeçariam por volta das 6h deste domingo (8). As buscas  tentam localizar sobreviventes, ilhados e soterrados, com vida e também os 28 desaparecidos. Os trabalhos de buscas do Corpo de Bombeiros se concentram no distrito de Bento Rodrigues e arredores, conforme o prefeito.

Nos distritos de Paracatu, Borba, Pedra e Campinas máquinas vão trabalhar abrindo caminhos, segundo Duarte. Também será feita a entrega de donativos, com helicópteros e jipes, para moradores que se recusaram a deixar suas casas. “A força da lama já diminuiu bastante”, disse.

A barragem Germano, também da Samarco em Mariana, está sendo monitorada devido ao rompimento das outras duas. De acordo com a mineradora, não há risco da terceira barragem se romper.

Sistemas de abastecimento
A Agência Nacional de Águas (ANA) recomendou que os sistemas de abastecimento interrompam a captação das águas afetadas pela lama liberada pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana.

“A natureza do resíduo em questão implica em grandes alterações temporárias das características da água bruta, por tempo indeterminável neste momento”, afirmou a agência. A captação deve ser retomada somente “a partir da melhoria das características físico-químicas da água, considerando suas possibilidades de potabilização” e não há como prever quanto tempo deve durar a interrupção.

A coordenadora do núcleo de emergências do Ibama de Minas Gerais, Ubaldina da Costa Isaac, explicou que os rejeitos de minério de ferro, compostos por óxido de ferro e areia, não são tóxicos. O material, no entanto, altera a qualidade da água porque a deixa com muitos sólidos em suspensão.

Do G1, em São Paulo

Do globo.com