Por Wesley Moraes
Com colaboração de Lucas Moura
Há exatos 108 anos, o povo acreano ganhava uma das mais importantes e respeitadas instituições do estado. O dia 25 de maio de 1916 marca a fundação da Polícia Militar, que, na época, surgiu como Guarda Territorial do Acre, e eterniza a data como um dos maiores símbolos da segurança pública na região mais ocidental do país.
Com a árdua missão de servir e proteger, milhares de bravos homens e mulheres, ao longo de mais de um século, deram e continuam prestando grande contribuição em prol da sociedade e do desenvolvimento do Acre. Seja sob sol ou chuva, os profissionais, diuturnamente, estão nas ruas e chegam a arriscar suas próprias vidas, para que outras sejam salvas.
O passado desafiador
A história da PM se confunde com a da própria população acreana e do estado em si. O sonho por uma vida melhor e a busca por novos horizontes marcaram a chegada de várias famílias vindas do Nordeste para o Acre, entre 1880 e 1910, por meio dos Ciclos da Borracha.
Diante da crescente economia e o aumento populacional registrado naquele período, surgiu a necessidade de guarnecer os habitantes da região, resultando na criação das primeiras companhias regionais, em 1916.
Alguns anos depois, as companhias regionais foram elevadas à categoria de Força Policial do Território Federal do Acre, sendo, posteriormente, denominada Guarda Territorial do Acre, em 1945.
Quase duas décadas depois, em 1963, quando o Acre já era um estado da federação, surgiu a Polícia Militar. Apesar das mudanças e nomenclaturas ao longo da história da instituição, os princípios, os valores e o compromisso da corporação se fortaleceram e consolidaram laços cada vez mais fortes com a população.
O presente de glórias, avanços e muito trabalho
O amadurecimento alcançado pela PM acreana em 108 anos é destacado pelo seu atual comandante-geral, coronel Luciano Fonseca. O militar enfatiza ainda o quanto a instituição evoluiu ao longo do tempo.
“Hoje, nossa instituição está muito à frente de outras corporações militares mais antigas que nós. É possível observar o avanço tecnológico, operacional e estrutural. E, entre tudo, o que mais chama minha atenção é o fortalecimento do respeito, da harmonia e do desejo de buscar a melhoria”, declara.
A Polícia Militar alcançou ainda a capacidade de autogestão e alinhamento, além da criação de importantes trabalhos que estreitam laços com a sociedade.
A tenente-coronel Ellen Pontes, diretora de Logística e Patrimônio da instituição, elenca como uma das grandes conquistas da corporação ter proporcionado aos policiais do interior boas condições de trabalho, assim como a manutenção da operacionalidade da instituição em todas as áreas.
A oficial, que foi a primeira mulher a ocupar cargo de chefia nessa diretoria, menciona a união de esforços que garantiram esses avanços. “No último ano, conseguimos adquirir quadriciclos, barcos, móveis e materiais tecnológicos para melhorar a atividade dos nossos policiais. Isso nos leva a definir os 108 anos da nossa instituição em uma palavra: mudança”, argumenta.
Em 2013, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça apontou a Polícia Militar do Acre como a mais honesta do Brasil. A constatação reafirmou a seriedade da tropa e o comprometimento dos policiais no cumprimento constitucional de suas funções e no firme enfrentamento à criminalidade.
A atual gestão estadual é responsável por grandes investimentos na Polícia Militar. Com a contratação de mais de 1,1 mil novos policiais, o governo conseguiu zerar todo o cadastro de reserva do concurso público de 2018 e ainda abriu novos certames para a contratação de mais servidores.
O Estado adquiriu viaturas, equipamentos, reformou e construiu batalhões, além de assegurar relevantes avanços em políticas públicas de valorização profissional. A mais recente delas é a redução no espaço de tempo de promoção dos militares do Acre.
“A Polícia Militar é um dos diamantes do nosso estado e merece todo reconhecimento pelo trabalho que presta aos acreanos. O governo não medirá esforços para que mais investimentos sejam realizados em prol do fortalecimento da instituição”, diz o governador Gladson Cameli.
Nos últimos 12 meses, a Polícia Militar obteve excelentes resultados. Foram apreendidas 473 armas de fogo, cumpridos 827 mandados de prisão, abordados 285.424 veículos, embarcações e pessoas, e conduzidas 6.784 pessoas à delegacia.
A corporação também executa atividades preventivas. A Diretoria de Policiamento Comunitário tem desempenhado importante papel para estreitar a relação entre a PM e a comunidade.
“A Polícia Comunitária se destaca como uma estratégia essencial na construção de uma sociedade mais segura e justa. Por meio da parceria proativa entre a polícia e a comunidade, essa filosofia de policiamento vai além da repressão da criminalidade, buscando prevenir crimes e promover a resolução de conflitos de forma pacífica”, enfatizou o capitão Marcelo Araújo, coordenador do programa de Polícia Comunitária.
As ações desenvolvidas pela Polícia Comunitária incluem os projetos sociais Guardiões da Paz, Semeando o Futuro e a Patrulha Comunitária. Para Araújo, o Patrulhamento Comunitário é uma ferramenta essencial para a construção de uma sociedade cada vez mais justa e segura. “Nossas crianças são o nosso futuro, pois é por meio delas que conseguimos alcançar a comunidade local”, observa.
Por meio de projetos sociais, a Polícia Militar alcança muitas vidas e coleciona histórias de sucesso. Moradora do bairro Cidade do Povo, Priscila Gomes trava uma dura batalha contra o câncer, que a deixou impossibilitada de trabalhar, momento em que começou a passar dificuldades financeiras com o marido e seis filhos.
Após saberem da situação, policiais militares acionaram órgãos públicos e entidades competentes para auxiliar a moradora, que passou a receber benefícios sociais, doações e conquistou, inclusive, direito à aposentadoria devido à doença.
“Quando os policiais militares chegaram até mim, o meu diagnóstico era de que não tinha mais jeito. Mas sempre acreditei que a última palavra vem de Deus, e Ele me deu apoio através da Polícia, para me alimentar, dar de comer às minhas filhas, até mesmo pra resolver minha aposentadoria. Agradeço muito por toda a ajuda que recebi”, afirma Priscila.