Projeto de lei será votado na próxima semana, em Cruzeiro do Sul.
‘Essa proposta é horrível’, reclama professor.
A Câmara Municipal de Cruzeiro do Sul, município distante 648 quilômetros de Rio Branco, deve votar, na próxima semana um projeto de lei, apresentado pelo parlamentar Elenildo Nascimento (PP), que propõe que o uso de redes sociais seja controlado em órgãos públicos municipais. De acordo com o parlamentar, a ideia surgiu após presenciar uma cena de negligência em um posto de saúde da cidade.
“Eu cheguei em um posto de saúde e a moça da recepção estava no WhatsApp. A atendente nem se quer levantou a cabeça para atender o paciente, que estava com febre, porque estava usando o celular. Foi necessário outra pessoa de outro setor atender o rapaz”, explicou Nascimento.
O vereador defende que, em horários de atendimento ao público, o servidor não tenha acesso à redes sociais. “Não tem como atender e estar no celular ao mesmo tempo”, disse.
O controle, segundo o parlamentar, seria realizado pelo gestor de cada órgão. “Seria feito um monitoramento e caso fosse constatado que o servidor está usando alguma rede social na hora do atendimento, o gestor daria até três advertências por escrito, podendo chegar até mesmo a um processo administrativo”, falou.
A proposta gerou polêmica na cidade. Para a estudante Sheine Rocha, de 18 anos, a proposta do vereador pode ser viável. Segundo ela, muitas vezes o uso dessas redes sociais atrapalham o rendimento do servidor.
“É esperado que pessoas que trabalham em escolas e postos de saúde desliguem os seus celulares ou coloquem no silencioso. É visível que essas pessoas estão cada vez mais conectadas nas redes sociais e, muitas vezes, isso prejudica o atendimento. O uso deve ser controlado e não atrapalhar ninguém,” destacou.
A estudante Beatriz Monte, de 17 anos, é usuária das redes sociais e acredita que a proposta tem seus prós e contras. “Por um lado a lei faz sentido, porque a rede social tira o foco do trabalho, mas quando se deixa de usar, por exemplo, o WhatsApp em determinadas ocasiões, a gente acaba sendo prejudicado, pois através dele se resolvem muitos problemas”, pontuou.
O professor William Ferreira, de 36 anos, alega que não é a favor da proposta, pois usa o aplicativo como uma ferramenta de trabalho. “Essa proposta é horrível, pois uso o WhatsApp para entrar em contato com os alunos, mandar documentos e tratar outros assuntos”, finalizou.