Do começo do mês de Junho ao começo do mês de Setembro, Cruzeiro do Sul é protagonista de um fenômeno natural comum em todos os anos depois das fortes enchentes do Rio Juruá, as piracemas de peixe. Amontoados de canoas se formam nas águas do rio. Pessoas de todos os lugares, inclusive da capital acreana, Rio Branco, se deslocam até a cidade para pescar. Mandim, é um dos pescados mais cobiçados e esperados pela população, no mercado o quilo dessa iguaria é vendida à R$ 6,00 reais o quilo.
Francisco Marques, 81 anos, hoje em dia em decorrência da idade já não pesca, mas ele relata que em seu tempo de mocidade as piracemas chegavam a causar fortes banzeiros nas águas do Juruá.
“Antigamente, quando era tempo de piracema os peixes chegavam a balançar forte a água do rio. Era muita gente em canoas pescando, muitas vezes a gente pegava peixe até com a mão”, conta.
É comum nessa época do ano, vê muitas canoas navegando pelo Rio Juruá. Há relatos de que a quantidade deixe é tanta que chegam a pular dentro da canoa dos pescadores. Manuel Marques, sobrinho do senhor Francisco Marques, mora às margens do Rio. Ele aproveita o período de piracema para estocar alimento para um longo período.
“A gente aproveita essa época do ano para pegar peixe para durar muitas semanas, dessa forma, a gente economiza muito em questão de alimentação”, explica.
De noite é possível observar luzes de lanternas e até de velas nas pequenas praias formadas ao longo do rio. O fenômeno ocorre todos os anos, e é admirado pela população de dentro e fora da região.