Por Gledisson Albano
Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto Oswaldo Cruz e Fiocruz, identificou duas novas espécies de parasitos de peixes no Rio Juruá, no Acre.
Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em parceria com o Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto Oswaldo Cruz e Fiocruz, identificou duas novas espécies de parasitos de peixes no Rio Juruá, no Acre. A pesquisa, intitulada ‘Dactylogyridae (Platyhelminthes, Monogenea)’, foi publicada na revista científica Zootaxa e teve o apoio do Governo do Estado, da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
As novas espécies pertencem à família Dactylogyridae, que são vermes parasitos que se fixam nas brânquias dos peixes e se alimentam de sangue e tecidos. As amostras foram coletadas em peixes de água doce da espécie jaraqui (Semaprochilodus insignis), que é um peixe muito consumido na região amazônica. As novas espécies foram denominadas Cosmetocleithrum sacciforme e Cosmetocleithrum basicomplexum, e se diferenciam de outras espécies do mesmo gênero por características morfológicas específicas.
Segundo o doutorando em Ciência Animal da Uema, Augusto Leandro, que é um dos autores do estudo, a descoberta é importante para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade e a ecologia dos parasitos de peixes no Rio Juruá, que é um dos principais afluentes do Rio Amazonas e possui uma rica fauna aquática. “Este trabalho é mais um significativo passo na compreensão da complexidade das interações parasito-hospedeiro e contribui para que estas espécies não se percam, antes de sabermos de sua existência e possamos entender seu risco de extinção. Os parasitos têm um papel crucial no ecossistema e para compreendermos este ecossistema, precisamos, antes, conhecer as espécies que o compõem”, afirmou.
Além das duas novas espécies encontradas no Acre, o estudo também descreveu outras três novas espécies de parasitos de peixes no Maranhão, e forneceu novas informações sobre aspectos morfológicos e de distribuição geográfica de espécies já conhecidas de parasitos de peixes, contribuindo para entender esses organismos em diferentes regiões biogeográficas. De acordo com a pesquisa, os novos parasitos encontrados não têm potencial zoonótico, ou seja, não causam riscos à saúde humana. Porém, podem causar grandes perdas econômicas quando acometem principalmente peixes de sistemas de cultivo, uma vez que quando em grandes infestações podem levar o peixe à morte.