A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) enviou a Cruzeiro do Sul dois especialistas para fazer o atendimento nas áreas de neuropediatria e cirurgia de cabeça e pescoço para pacientes que já têm laudo para Tratamento Fora do Domicílio (TFD) na central de regulação ambulatorial da regional do Juruá.
O atendimento se iniciou dia 2 e vai até 4 deste mês, com previsão de atendimento a 110 pacientes na área de neuropediatria e 50 na de cirurgia de cabeça e pescoço. Os pacientes são oriundos dos sete municípios que compõem a regional.
A gerente do TFD em Cruzeiro do Sul, Irlene Bandeira, avalia como positivo o envio dos especialistas, pois, além do conforto para os pacientes, resulta em economia para o TFD, que teria que bancar os custos das passagens se o atendimento fosse feito em Rio Branco.
“No dia 2, dos 30 pacientes atendidos na área de neuropediatria, apenas um terá que ser enviado à capital para realizar seus procedimentos”, exemplificou.
Maiores Incidências
A médica Bruna Beyruth contou que no Vale do Juruá as maiores incidências na área de neuropediatria são a paralisia cerebral, as epilepsias e os transtornos comportamentais como o autismo, decorrentes de má formações do sistema nervoso central. “Transtornos de aprendizagem e hiperatividade também são muito frequentes por aqui ”.
O médico Mário Jorge Silva explica que a cirurgia de cabeça e pescoço é uma especialidade eminentemente oncológica. “A gente trata dos tumores que acometem cabeça e pescoço, principalmente as cavidades oral, nasal e a glândula tireoide, e a consequência desses tumores no pescoço, que é o local de metástase mais comum para as patologias dessa região.”
Segundo o especialista, algumas cirurgias simples podem ser resolvidas no Hospital do Juruá, mas os casos oncológicos precisam seguir para Rio Branco.
“O Hospital do Juruá tem estrutura para atender cirurgias mais simples e a gente vai tentar resolver por aqui mesmo”, explicou.
A merendeira Kátia Maria de Oliveira Lima veio de Rodrigues Alves para o atendimento e disse estar satisfeita. “Assim ficou melhor, ou a gente teria que ir pra Rio Branco, e poderia ser demorado”, constatou.
Por Flaviano Schneider