O setor extrativista só se desenvolveu nos últimos anos com o fortalecimento do cooperativismo. A prova é que a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre) inaugurou recentemente a maior de suas indústrias de beneficiamento de castanha, localizada no Complexo Industrial, em Rio Branco.
Com uma clientela consolidada no mercado nacional, a Cooperacre atualmente é responsável pela maior produção de castanha beneficiada do país. Além de absorver toda a matéria-prima do estado, a central também tem recebido a produção de outros estados. Assim, a castanha – que outrora era vendida in natura – agora é exportada com alto valor agregado.
De acordo com o gerente administrativo-geral da usina, Leandro Carneiro de Alencar, este ano os produtores que entregam para a central estão recebendo em média R$ 40 pela lata do produto in natura, ao passo que em 2015 o valor ainda era inferior.
A indústria tem capacidade para processar até dois milhões e 700 mil quilos por ano, embora nesse primeiro momento a estimativa é que sejam processados 900 mil quilos em um ano.
“Mais uma indústria de posse da Cooperacre, que vai gerar mais empregos e mais renda. Já conseguimos, inclusive, acessar o mercado americano e nunca se viu um preço tão alto sendo pago ao extrativista. Quem ganha mesmo com isso são os produtores envolvidos”, afirmou o superintendente da Cooperacre, Manoel Monteiro.
O processo industrial
O empreendimento dispõe de dois galpões de aproximadamente 100 metros para o recebimento e estocagem das cargas. Dos galpões, o produto vai para o processo de secagem, local em que há três cilindros, cada um com capacidade de comportar até 600 latas com uma média de dez quilos.
Em seguida, a castanha passa pela autoclavagem, um choque térmico que facilita a retirada dos primeiros resíduos e o processo de quebra antes de ir para a classificação manual na mesa selecionadora do produto. A inspeção final é a parte mais rigorosa do trabalho, antes de ser embalado e ir para o consumidor final. Ao todo, foram investidos mais de R$ 50 milhões na indústria.
Por Rayele Oliveira