A extensa agenda do senador Gladson Cameli (PP-AC), que dedica o recesso parlamentar para visitar as regiões mais isoladas do estado, começou no sábado (9) nas comunidades do Barão e Ipiranga, no município de Mâncio Lima, através do rio Japiim até o rio Moa, seguindo também pelas comunidades do rio Azul.
Juntamente com as colocações Bom Jesus, Queimada, Bom Sossego, São Salvador, Três União, Congregação Batista Nova Jerusalém e Conceição da Léo, somaram-se nove comunidades visitadas e 179 famílias ouvidas através do mandato participativo do senador acriano.
A viagem até a primeira parada durou duas horas. Na Comunidade São Salvador, ele conversou com o Pastor Gilberto e o senhor José Ribamar, lideranças da região. De lá, foram mais quatro horas até a colocação Bom Sossego, constatando novamente as dificuldades de quem depende dos rios amazônicos para navegar nesta época do ano. Em vários trechos no rio Azul, a viagem se tornou perigosa pela falta de retirada de troncos, árvores caídas e galhos semi-enterrados no leito.
Já era noite quando a caravana chegou na comunidade. No amanhecer de domingo (10), após um café-da-manhã, na casa de dona Nita – como é conhecida dona Cleonice – chegavam para o encontro com o senador os moradores das comunidades “Queimadas” e Bom Jesus.
“É um dia histórico porque até hoje nenhum senador colocou os pés aqui, e os políticos que aparecem só veem em época de eleição”, disse Dário Ferreira, um dos moradores presentes.
Produtores de mandioca, feijão, banana e milho, eles dependem da construção de um ramal na parte alta da região para que seja feito o transporte em carroça de boi dos alimentos até a margem do rio. Dona Iranir Braga da Silva complementou a lista de prioridades falando da importância de um projeto de água tratada.
Esses e outros pedidos se repetiram pelas demais visitas. Na sede da comunidade Nova Lição reuniram-se moradores do Buriti, Belo Horizonte e Barro Vermelho. O senador Gladson Cameli se emocionou ao ouvir o relato do mais antigo morador, o senhor Edson de Souza.
“Só quem ajudou as comunidades do rio Azul foi o seu tio Orleir. Ele deu do terçado a máquina de pelar arroz. A sua presença aqui nos enche de alegria”, acrescentou seu Edson.
Em todos os encontros o senador falou de esperanças. “Eu sei que muitas vezes o frio é maior do que o cobertor, mas não podemos deixar de acreditar”, acrescentou. Cameli também defendeu o complemento de políticas ambientais e manifestou seu descontentamento com a política de fiscalização e a “forma autoritária” do ICMBio atuar junto aos moradores da Serra do Divisor.
“Vou levar esse repudio até a tribuna do Senado e exigir mais respeito aos produtores do meu estado. O que vocês vivem é uma verdadeira insegurança jurídica. Além disso é inaceitável que as autoridades que deveriam assegurar os direitos venham dando as costas para quem realmente trabalha”, disse ele.
Por Silvania Pinheiro