Novos desdobramentos das ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movidas pelas coligações Cruzeiro em Boas Mãos e Frente Popular do Acre de Cruzeiro do Sul I, que pedem a cassação do registro do candidato e agora prefeito eleito Ilderlei Cordeiro e o vice Zequinha Lima por corrupção eleitoral fizeram a juíza eleitoral da 4ª Zona, Adamárcia Nascimento, adiar o julgamento marcado para ontem (7).
Uma nova ação sobre o mesmo assunto foi movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), com o mesmo teor, o que levou a magistrada a adiar a instrução e determinar a oitiva dos envolvidos Ilderlei Cordeiro, José de Souza Lima, Romário Tavares D’Ávila, prefeito Vagner Sales, chefe de gabinete do prefeito, Mário Neto e o candidato Edson Paula, que desistiu da candidatura.
Nas ações, são citados nominalmente como envolvidos os candidatos Ilderlei Cordeiro e seu vice, Zequinha Lima, o prefeito Vagner Sales, o vereador e candidato Romário Tavares, do chefe de gabinete do prefeito, Mário Neto e o presidente do diretório municipal do PSDB e candidato Edson Paula.
Todos são acusados de corrupção eleitoral pela tentativa de compra de votos e desistência da candidatura do candidato a vereador Clebisson Silva Freire, do PSDB.
A base do processo é o Inquérito Policial nº 47/2016, que resultou na prisão em flagrante de Mário Neto e Edson Paula, no momento que efetuaram o pagamento do suborno no valor de R$ 5 mil, em dinheiro, que foi apreendido pela Polícia Federal.
O acerto tinha sido feito no dia anterior com a presença do prefeito Vagner Sales, Edson de Paula, de Clebisson Freire, candidato a vereador da coligação Cruzeiro em Boas Mãos, que tinha como candidato majoritário Henrique Afonso.
Em seu depoimento gravado, ele conta que foi abordado no Banco do Brasil pelo então presidente do PSDB, Edson de Paula, que também era candidato da mesma coligação e desistiu de sua candidatura depois de um acerto com o prefeito Vagner Sales em troca de sua nomeação para a Secretaria de Meio Ambiente, além de 20 terrenos.
O candidato a vereador Clebisson conta que Edson Paula tentou comprar a sua desistência e o levou ao prefeito Vagner Sales, na Secretaria de Assistência Social, onde teria sido feita a proposta.
O candidato ligou o gravador e registrou toda a conversa, apresentando a fita à polícia. Além da desistência, os acusados tentaram persuadi-lo a apoiar a candidatura majoritária de Ilderlei Cordeira e do candidato a vereador Romário Tavares.
Com a nova manifestação impetrada pelo MPE no dia 28 de Setembro, a juíza eleitoral adiou a instrução marcada para o dia 5 de outubro e determinou as oitivas imediatas. Romário Tavares, Mário Neto, Zequinha Lima foram notificados e Ilderlei Cordeiro e Edson Paula no dia 30 de Setembro e já apresentaram suas defesas.
O prefeito Vagner Sales só foi notificado no dia quatro de outubro e terá cinco dias de prazo para a defesa, se que encerram no dia 10. Só então a juíza deverá marcar a audiência de instrução e a data do julgamento, que deve ocorrer em dez dias, antes do prazo da diplomação.
O promotor eleitoral Leonardo Honorato pede a condenação dos envolvidos e a aplicação das sanções do art.22, inc. XIV, da Lei Complementar 64/90, que determina a inelegibilidade dos acusados e a conseqüente cassação da chapa e a cassação do diploma.
Reprodução do ac24horas