Por Geisy Negreiros
Em colaboração com Carolina Torres e Janine Brasil.
A cidade de Feijó recebeu, nesta quinta e sexta-feira, 5 e 6, mais uma edição do programa Juntos Pelo Acre em parceria com o Projeto Cidadão, uma iniciativa coordenada pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), junto ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), que leva serviços essenciais de saúde, cidadania e assistência social à população. A Escola José Gurgel foi o ponto de encontro de centenas de moradores que buscaram atendimentos gratuitos em diversas áreas.

Representando a vice-governadora e secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, a gestora Francinete Barros reforçou o papel do programa Juntos Pelo Acre como integrador das ações sociais no estado.
“O Juntos Pelo Acre é um programa incrível, uma iniciativa da nossa vice-governadora Mailza, pensado com o nosso governador Gladson Camelí, que é muito sensível, cuidadoso, humano. É uma forma de reunir todos os serviços do Estado para alcançar o maior número de pessoas, envolvendo todas as famílias”, disse.

A coordenadora de Programas Sociais do TJAC, Isnailda Silva, destacou a importância da presença do Judiciário junto às populações mais vulneráveis.
“Esse é um projeto que é muito caro para o Poder Judiciário, porque nós temos como foco atender as pessoas. O Projeto Cidadão está em Feijó com força total, subimos o rio, fomos para a Aldeia São Vicente, atendemos a população de lá, estamos com toda a nossa equipe, todos os parceiros envolvidos. O Projeto Cidadão é isso, é agregar vários parceiros”, explicou.
Neste sábado, 7, o Juntos Pelo Acre continua a ação na Assembleia de Deus, ampliando o alcance dos serviços prestados à população feijoense.
Vestuário Social leva dignidade a quem mais precisa
Entre os serviços mais procurados esteve o Vestuário Social, que realizou a entrega de kits com peças de roupas para famílias em situação de vulnerabilidade.
“É uma emoção atrás da outra. Sabe o que é ver uma pessoa chorar porque nunca teve uma roupa nova? A gente está encontrando essas pessoas e sentindo esse carinho”, relatou Francinete.

A dona de casa Maria Oliveira foi uma das beneficiadas. Animada, ela agradeceu a iniciativa.
“Para mim é bom demais, porque eu não tenho uma roupinha para sair, sou mãe de cinco filhos, crio a minha neta. Eu recebo um salário mínimo, mas eu tenho seis empréstimos. Trabalho no roçado e sou homem e sou mulher em casa”, declarou.
Outra moradora, Maria da Conceição Silva, de 61 anos, também ressaltou o impacto da ação na vida das famílias mais carentes. “Vai ajudar muito, porque se você fosse comprar mesmo, não comprava por menos de R$ 200. E a gente que só vive do Bolsa Família, né? Aí é o remédio, é o alimento, é tudo. Aí para comprar roupa é difícil. Foi muito bem-vindo para o nosso município, porque tem muita gente necessitada”, afirmou.

O programa surgiu de uma proposta da vice-governadora Mailza Assis quando ainda era senadora. Ela percebeu que toneladas de roupas apreendidas por contrabando eram incineradas. Com sensibilidade social, ela articulou a criação do projeto para reaproveitar esse material e distribuí-lo de forma legal e organizada às famílias em situação de vulnerabilidade.
“Foi um bom projeto, aprovado, com todo um controle rígido. Para receber o kit com seis peças, é necessário apresentar CPF e fazer biometria, garantindo que o benefício chegue a quem realmente precisa”, explicou Francinete.
Serviços de saúde, cidadania e inclusão
Nos dois primeiros dias da ação, mais de mil pessoas foram atendidas. Além da entrega de roupas, a população teve acesso a atendimento com clínico-geral e especialistas, odontologista, teste rápido, vacinação, cadastro e atualização do Bolsa Família, emissão de documentos, atividades recreativas para crianças, oficinas de culinária e outros. A Tenda de Direitos levou orientações jurídicas e sociais, enquanto o Projeto Cidadão esteve presente com emissão de RG, atendimento jurídico e outros.

A indígena Branca Kulina saiu da aldeia Terra Nova acompanhada do marido e dos dois filhos pequenos em busca de tirar o registro civil e o CPF da família. Ela conta que tem oito filhos, mas não sabe precisamente a própria idade nem a das crianças.
“Ninguém tem nada de documentos, viemos da aldeia pra cá para tirar a documentação,” disse.
Fonte agencia.ac.gov.br