Com a abertura da BR 364, os 715 km de rodovia entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco passaram a ter um fluxo maior de veículos, o que trouxe maior preocupação para o governo do estado no que tange a segurança das populações que vivem as suas margens. Neste trajeto, 18 km da BR corta as terras indígenas de cinco aldeias: Campina, Sumaúma, Warinawa, Bananeira e Macheya, situadas no município de Cruzeiro do Sul.
Em razão das várias infrações de trânsito cometidas por indígenas, a grande circulação de veículos e índios, como também o expressivo número de acidentes naquele trecho, inclusive com vítimas fatais, ocorridos em 2014, a 1ª Circunscrição de Trânsito do municipio – CIRETRAN realizou, nesta semana, um trabalho de orientação no trânsito para lideranças indígenas dessas comunidades.
A parceria da 1ª CIRETRAN com a Fundação Nacional Indígena – FUNAI, já acontece a cerca de cinco anos. Ela tem como objetivo levar informações sobre as regras de trânsito para, com isso, evitar a ocorrência de acidentes. A medida justifica-se devido ao grande número de veículos que chegam ao vale do Juruá passando por todas as aldeias da região do Campinas aldeias. Também por conta do crescente número de veículos adquiridos pela população nativa. A autoridade de transito pretende, com isso, aproximar a instituição dos povos dessas localidades.
Através de palestras e vídeos, o assunto principal foi educação para o trânsito, focando para as penalidades da lei, e de como eles devem se portar no trânsito. A principal preocupação das autoridades está relacionada aos excessos e imprudências cometidos pelos condutores de veículos da região. Entre elas, a ingestão de bebida alcoólica por condutores de veículos.
O gerente da 1ª CIRETRAN, Valdecir Dantas, explicou que alguns índios conduzem veículos sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e sob o efeito de álcool. Segundo ele, as palestras reforçaram informações sobre as penalidades previstas em lei.
“São diversas as notícias de imprudência no transito realizadas nesse trecho, como: dirigir sob a influência de bebida alcoólica; menores conduzindo veículos; dirigir sem capacete e o grande número de pessoas sendo transportadas, principalmente em motocicletas. A palestra foi direcionada para o pedestre, ciclista, motociclista e motorista, contemplando, assim, todos os que de alguma forma participa do trânsito. Buscamos orientar e ensinar que dirigir de qualquer forma, não é normal”, disse Dantas.
Segundo o gerente, este ano, no planejamento de ações do órgão, está previsto atuações mais severas e constantes nas localidades as margens da BR 364, nas Vilas e Ramais, que hoje estão em sua maioria asfaltados.
“Queremos estar mais presentes nessas comunidades, para que possamos diminuir esses impactos negativos. Logicamente acompanhar e evitar que acidentes aconteçam, principalmente com vitimas fatais. Só no ano passado foram oito mortes em acidentes ocorridos no trecho que liga Cruzeiro do Sul a ponte do Rio Liberdade, ultrapassando o número de vitimas fatais da área urbana. Reforçaremos esse trabalho para orientá-los sobre as regras e os perigos no trânsito”, explicou.
Nas palestras, os educadores ensinaram também como os índios devem atravessar na faixa de pedestre, andar pelo acostamento, e a identificar as cores do semáforo e as placas de sinalização na área urbana da cidade.