Por Fabiana Matos
Encerrando o ciclo de palestras da “Cadeia Produtiva da Pecuária”, desta quinta-feira, 5, no Espaço A Fazendinha, o auditor fiscal do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) debateu sobre Controle e Erradicação da Brucelose e seus desafios direcionado para pecuaristas e setoriais que atuam no mercado bovino.
Durante a palestra, foram abordados os impactos da brucelose sob o ponto de vista da produção animal, com o objetivo de otimizar informações significativas e educativas, que contribuam para o desenvolvimento de competências na erradicação da doença, enaltecendo a introdução da vacina obrigatória de forma que possa repercutir positivamente na criação bovina e também na sociedade, uma vez que trata-se de zoonose de grande relevância na saúde pública.
Em sua explanação, Jean Carlos, médico veterinário e auditor fiscal do Idaf, compartilhou sua experiência e destacou a importância do monitoramento no controle da brucelose.
“É fundamental que o produtor rural compreenda o comportamento da brucelose bovina dentro da sua propriedade. Só assim, ele terá plena convicção dos benefícios da vacinação e do descarte de animais que testaram positivo”, disse.
A brucelose consiste em uma doença infectocontagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella, trazendo risco eminente tanto para a saúde do homem quanto dos animais. Estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que essa doença gera perdas de cerca de 25% na produção de leite, gerando custos para o produtor pela dificuldade de comercialização dos animais, em decorrência da falta de credibilidade da unidade de criação.
Estudos do Mapa também mostram que cerca de 21% das propriedades rurais no Acre apresentam ocorrência de brucelose, uma prevalência de 7,94% de vacas contaminadas, o que pode significar um índice alto de transmissão se não houver prevenção. Por isso, é necessário evitar o contato direto com fetos abortos/secreções e ingestão de alimentos derivados de animais contaminados, como o leite e o queijo.
“O produtor precisa ter o controle de vacinação, ter todo o acompanhamento anual e observar seu rebanho. E em palestras como essas, desempenhadas pelo Idaf, eu consigo tirar todas as minhas dúvidas”, explica Júnior Dantas, produtor rural.
O Idaf alerta que é importante tratar a brucelose com seriedade e transparência, destacando a necessidade de notificação adequada, da segurança dos profissionais envolvidos na vacinação que devem estar cadastrados no órgão de defesa sanitária, e enaltece a parceria da indústria frigorífica, laticínios, veterinários privados e produtor rural nas ações educativas.
Produtores devem declarar vacinação da primeira fase até 30 de setembro
A primeira fase da vacina contra a brucelose foi prorrogada até 30 de setembro. Os produtores devem procurar um escritório do Idaf para declarar a vacinação que deve ocorrer em fêmeas das espécies bovina e bubalina, utilizando-se dose única de vacina viva liofilizada, elaborada com amostra 19 de Brucella abortus (B19).