Por Fabiana Matos
O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) iniciou em abril, por meio do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal – PNCEBT, a campanha de vacinação contra a brucelose, doença causada por bactéria, conhecida como doença do aborto infeccioso que acomete preferencialmente fêmeas em idade reprodutiva.
A vacinação é obrigatória em bezerras bovinas e bubalinas, entre 3 e 8 meses de idade, e deve ser realizada sob a responsabilidade de médico veterinário cadastrado pelo Serviço Veterinário Estadual. Nos machos, por sua vez, não é permitida a vacinação.
No Brasil, as vacinas utilizadas para prevenção das infecções são a B-19 ou RB-51. A B-19 é atualmente a mais utilizada pelos pecuaristas em programas de controle da brucelose, que têm como objetivo proteger contra a doença, diminuindo a prevalência em bovinos e bubalinos.
O produtor rural deve procurar um médico veterinário ou agente vacinador devidamente credenciado para fazer a vacinação e informar no sistema do Idaf.
O consumo de produtos e derivados lácteos sem certificação sanitária deverá ser evitado, por ser uma fonte potencial de infecção. Por isso, devemos consumir produtos que possuam o Selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
“Temos que alertar ao produtor sobre a obrigatoriedade da vacinação, mas também ressaltar que trata-se de uma vacina viva, que deve ser manuseada com cuidado para evitar a infecção no homem”, explica Jean Carlos Torres, Coordenador do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose.
Apesar da implementação de programas para erradicação da doença, segundo estudos realizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), com o apoio do Centro Colaborador em Saúde Animal da Universidade de São Paulo (USP), hoje, no estado do Acre, existe uma prevalência de contaminação em média de 8% nas vacas, podendo causar prejuízos para a cadeia leiteira, que envolvem perdas econômicas significativas relacionadas à queda dos índices produtivos e reprodutivos.
O Idaf alerta que o produtor que deixar de imunizar as fêmeas com idade de vacinação dentro da etapa poderá sofrer as infrações e penalidades emitidas pelo órgão. “Para que os produtores não sofram multas e sanções, eles precisam realizar a vacinação no prazo estabelecido em lei. E o Idaf estruturou a equipe de comunicação em saúde para que os produtores se mantenham informados sobre todas as ações”, ressalta Everton Arruda, coordenador da Educação em Saúde Animal.
Contaminação
A principal forma de contaminação do gado é pela via oral. O local de aborto de uma vaca contaminada, por exemplo, pode abrigar a bactéria por até oito meses. Se outra fêmea comer o capim daquele local específico, ela terá um grande risco de contrair a doença e continuar a disseminá-la pela propriedade.
A zoonose pode ser transmitida aos humanos por meio do contato com secreções que contenham a bactéria, como a placenta ou o leite de animais infectados. Entre os sintomas iniciais estão dores de cabeça e na nuca, febre alta, cansaço e fadiga.
Fonte agencia.ac.gov.br