O governo do Acre, em ação articulada e colaborativa com a Sociedade Brasileira de Queimados (SBQ), Presidência da República, Força Aérea Brasileira, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e toda a rede integrada do Sistema Único de Saúde, continua mobilizado para o atendimento às vítimas da explosão no barco no Rio Juruá, na sexta-feira, 7 de junho.
Segundo informações repassadas nesta terça-feira, 18, pelo chefe da Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) José Adorno, que apoia e coordena o atendimento dos pacientes acreanos em tratamento fora de domicílio em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, o estado clínico dos pacientes é estável, mas ainda inspira cuidados.
Estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Hospital João XXIII, Umberto da Conceição de Oliveira, 38 anos; José Ortenízio Souza da Conceição, 39 anos e Valdir Torquato da Silva, 51 anos. Eles continuam em tratamento, que inclui desbridamento cirúrgico, procedimento para retirada de tecidos queimados até que possa ser realizado o enxerto e recomposição da pele.
O esforço das equipes agora, tanto no João XXIII, sob os cuidados do médico Marcelo Lopes Ribeiro, quanto na unidade de Goiânia, é para que os pacientes vençam esta primeira etapa, e que tenham condições para serem submetidos aos procedimentos necessários à conclusão do tratamento, que deve ainda durar entre 60 a 90 dias.
Entre os pacientes do João XXIII, o menino P.V.F.S., 4 anos, se recupera bem e deve ter alta nos próximos dias. Francisco Luna Dos Santos, 46 anos, é o que apresenta quadro mais grave, porém estável.
Em Brasília, os quatro pacientes internados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) continuam recebendo curativos especiais, sem necessidade de procedimentos cirúrgicos. O quadro clínico é estável e a expectativa é que também possam ter alta nos próximos dias.
Histórico
O acidente aconteceu na sexta-feira, 7 de junho, quando uma embarcação, que estava ancorada no Rio Juruá, na região do bairro Miritizal, em Cruzeiro do Sul, era preparada para transportar combustíveis e pessoas para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, explodiu e incendiou logo em seguida. Dezoito pessoas ficaram feridas, a maioria em estado grave e gravíssimo.
As ações em apoio às vítimas ocorreram desde os primeiros momentos do acidente e envolveram Corpo de Bombeiros, profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos) do Hospital Regional do Vale do Juruá e ainda dos municípios de Tarauacá, Feijó, Porto Walter, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Marechal Thaumaturgo, além de voluntários da sociedade civil que colaboraram prontamente com insumos médicos, hospitalares, medicamentos, atuando fora de seu horário de trabalho no auxílio às vítimas.
As unidades do Samu, Hemonúcleo do Vale do Juruá e Hemocentro de Rio Branco atuaram intensamente na logística de atendimento e coleta de sangue para os pacientes em estado grave.
Com apoio da Sociedade Brasileira de Queimados (SBQ), os pacientes que apresentavam quadro clínico favorável começaram a ser transferidos na segunda-feira, 10. Seis foram levados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, um foi transferido para unidade de referência em Goiânia e quatro para Brasília.
Embora os esforços conjuntos da equipe assistencial, quatro das dezoito pessoas feridas no acidente acabaram falecendo. Simone Souza Rocha, de 24 anos, morreu na tarde de domingo, 9, no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Internada no Hospital Juruá, também em estado gravíssimo, Marluce Silva dos Santos, 40, faleceu na terça-feira, 12.
Antônio José Oliveira da Silva, 33 anos, que se encontrava internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, morreu na madrugada de sábado, 15. E em Rio Branco, a menina Yohana, um bebê de 8 meses, que estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, também acabou falecendo às 11h30 do sábado, 15, após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias.
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, com apoio da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) e unidades de Saúde em Brasília, Belo Horizonte e Goiânia continua mobilizado para prestar a melhor assistência possível às vítimas e a seus familiares.
Por: Cleide Elizabeth