Por Tácita Muniz
O governador do Acre, Gladson Cameli, marcou presença em um jantar de confraternização que reuniu representantes de projetos de conservação ambiental. A programação faz parte da 1ª Reunião de Projetos Privados de Conservação e Restauração Florestal, que está ocorrendo em Rio Branco. Nesta segunda e terça-feira, o encontro promoveu alinhamentos dos projetos de conservação, discutindo estratégias e iniciativas dos projetos de carbono em estágio de desenvolvimento e certificação no estado do Acre.
Conduzem o evento os projetos REDD+Tarauacá; Mamuriá, Muru, Tauari e São Jerônimo. Além disso, diversos setores do governo, como Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC) e Agência de Negócios do Acre (Anac) também participam dos debates.
Durante o jantar, cinco empresários que investem em projetos ambientais no estado detalharam as iniciativas e apresentaram demandas para fortalecer a parceria público-privada no avanço do desenvolvimento sustentável.
Emival Bueno, CEO da Empresa Verde Brasil, destacou que esta é a primeira vez que a reunião com as empresas que conduzem esses projetos no Acre ocorre. Frisou ainda a importância desse diálogo aberto.
“Nós somos cinco empresas que hoje estamos reunidas para apresentar aos órgãos de Estado e termos conversas produtivas, visando entender as políticas de governo desses órgãos. Nós estamos com uma ótica bem bacana para poder fazer nossos investimentos e contribuir com o progresso do estado”.
Ele destacou ainda que a intenção das empresas é fomentar a economia. “Nós temos áreas no Rio Tarauacá, no Rio Muru e no Rio Purus. Então, abrange aí uma área expressiva no estado e a nossa intenção é abarcar tanto a microrregião dessas áreas, quanto também a macro, que aí já são os investimentos indiretos”, pontuou.
Nicolas Londono, da empresa Samaúma, complementou reforçando que a função do setor privado é agir para levar desenvolvimento.
“A principal função do empresário que quer estar aqui para os próximos 30, 40, 50 anos é trazer desenvolvimento. Os projetos de carbono, quando bem feitos, são projetos que duram de 50 a 100 anos. Então, nosso interesse era vir aqui. Temos cinco companhias, cinco grupos privados muito sérios, umas das grandes companhias de São Paulo, de fora, com grandes times locais aqui no Acre, vindo mostrar um pouco a cara e a nossa visão de trabalhar em conjunto com o Estado. Então, são grandes números que a gente já investiu no estado. São milhões de reais que a gente continua investindo e só será possível se a gente agir em parceria com o governo”.
Londono avaliou o primeiro dia de reunião como proveitoso ao analisar a receptividade. Além disso, frisou que esse tipo de investimento impacta diretamente na vida das comunidades.
“Fiquei feliz ao ver que as entidades e o governador mostram que o setor público está trabalhando junto com o setor privado para o desenvolvimento das comunidades. Não tem projeto de carbono que funcione se a vida das comunidades não for impactada para melhor. E acho que essa mensagem é muito comum e conjunta entre os dois setores”, analisou.
Parcerias fortalecidas
Durante o encontro, o governador ouviu os representantes das empresas e reforçou que o Estado é parceiro da iniciativa privada.
“O que eu sempre digo é que precisamos ser práticos e o que precisa ser feito, tem que ser feito, sem perder tempo. Cabe a nós fazermos nosso dever e espero que contem comigo. Vim da iniciativa privada, sei que vocês precisam de segurança e precisamos de vocês para gerar emprego e renda. O que precisar para fomentar empresas no nosso estado, vamos fazer”, destacou.
Os projetos preconizam a integração dos três principais componentes: clima, comunidade e biodiversidade de maneira coesa, coordenada e sinérgica, visando estabelecer uma governança clara e participativa, sempre mantendo a transparência em todas as atividades e decisões do projeto.
Além dos benefícios climáticos, os projetos também levam auxílios sociais por meio da implementação de uma série de atividades focadas nas famílias residentes nas áreas, promovendo a regularização fundiária dos posseiros, fortalecimento e fomento das atividades sustentáveis a partir das cadeias produtivas de valor.
No primeiro dia de discussões, houve mesa redonda com a participação da secretária de Meio Ambiente, Julie Messias, que falou sobre os detentores dos projetos de conservação e restauração florestal; apresentação dos projetos, além dos desafios e impactos socioambientais durante as etapas de elaboração, certificação e implantação das iniciativas. O debate também incluiu alinhamento sobre as políticas ambientais do estado, com recomendações e encaminhamentos.
A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, falou da importância de os empresários conhecerem as comunidades e os povos que lá vivem para que a implementação dos projetos seja eficaz.
“Falamos sobre as políticas públicas do estado, sendo uma delas o nosso programa de restauração florestal com o Plantio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), realizados no estado de forma gratuita a produtores inscritos do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que aderiram ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), e que já temos vários resultados positivos e comprobatórios. Então, essa é uma agenda importante para o estado sobre como os projetos privados, somando esforços, podem atuar com respeito e conhecendo a realidade local”, afirmou.
Nesta terça-feira, 18, deve-se tratar sobre esclarecimentos quanto ao processo de alinhamento dos projetos privados ao jurisdicional. Há ainda apresentação dos projetos privados de conservação e restauração florestal; e os desafios encontrados.
Fonte agencia.ac.gov.br