
Senador do Acre pelo PP foi pego dirigindo bêbado em Brasília, em 2012
Por ação da portaria nº 186/2015, datada de 19 de maio deste ano, veiculada no Diário Oficial 11.561, de 25.05.2015, o senador Gladson Lima Cameli (PP) teve a carteira de habilitação suspensa por 12 meses, em decorrência do processo 161/12, instaurado em Brasília, por dirigir sob efeito de álcool nas ruas da capital federal.
Segundo noticiou a imprensa brasiliense, no ano de 2012 o então deputado federal Gladson de Lima Cameli (PP-AC), hoje com 36 anos, foi flagrado dirigindo alcoolizado em uma avenida movimentada da cidade na madrugada de uma terça-feira, 31, do mês de janeiro, colocando em risco a vida de terceiros. O parlamentar foi parado em uma blitz da Polícia Militar quando guiava seu carro particular por volta de 2h30.
Ainda segundo o noticiário nacional, Cameli não se negou a fazer o teste do bafômetro, que detectou 1,14 mililitro de álcool por litro de sangue. O limite permitido é de 0,34 mililitro. De acordo com a polícia, o político se identificou como deputado e, por ter imunidade parlamentar, pagou fiança e foi liberado.
Se fosse um cidadão comum, ele ficaria detido e poderia pegar pena de seis meses a três anos de detenção.
Instâncias
O caso foi encaminhado à Câmara dos Deputados e ao STF (Supremo Tribunal Federal), que tem a prerrogativa de julgar crimes cometidos por parlamentares.
Por ter sua carta de habilitação emitida pelo Detran-Acre, o processo administrativo foi encaminhado para a instância local, sob análise Gerência da Corregedoria da Autarquia, que, com fulcro no art. 22, da lei nº. 9.503, de 23 de dezembro de 1997, e diante da comprovada materialidade das infrações que preveem a penalidade do direito de dirigir, imputou ao senador Gladson Cameli suspensão por 12 meses, devendo o senador apresentar incontinenti os respectivos documentos de habilitação à Divisão de Corregedoria do Detran/AC, quando então se dará início ao cumprimento da referida penalidade, ficando o infrator impedido de dirigir veículos automotores em todo o território nacional e, desde já, advertido de que a violação acarreta a cassação de habilitação, nos termos do artigo 263, inciso I, do Código de Trânsito Brasileiro.
Histórico
Cameli não foi o primeiro parlamentar a ser flagrado no volante após consumir bebidas alcoólicas. Em abril de 2011, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro e se recusou a fazer o teste o bafômetro. O tucano foi multado e teve a carteira de habilitação, que estava vencida, apreendida.
Ainda em junho, o ex-deputado federal Índio da Costa (PSD-RJ), ex-candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB-SP), também foi multado e perdeu a habilitação após ser parado em uma blitz da Lei Seca. Ele se negou a soprar o bafômetro.
Silêncio e polêmicas
O senador Gladson Cameli está no Japão, em agenda oficial, segundo a assessoria do Senado Federal. No Acre, quem falou por ele foi a jornalista Silvania Pinheiro, sua assessora de imprensa. Ela disse que aparentemente tal processo havia sido arquivado. Depois de ter seu nome listado pelo delator Paulo Roberto Costa como um dos beneficiados pela corrupção na Petrobrás, segundo a investigação da Polícia Federal na chamada “Operação Lava Jato”, com o pagamento de propinas da ordem de R$ 30 a R$ 50 mil por mês, essa é a segunda fez que o Senador acreano vê seu nome arrolado em escândalos por desvio de conduta.