Por Gledisson Albano
Marechal Thaumaturgo e Porto Walter
A seca severa que assola os rios no Acre tem causado um impacto profundo no abastecimento e nos preços de produtos essenciais em quatro cidades: Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Com a queda drástica no volume de água, a navegação de grande porte tornou-se inviável, afetando diretamente a chegada de mercadorias.
Produtos perecíveis como frango, iogurte, leite pasteurizado e verduras já estão em falta nas prateleiras desses municípios. Apenas pequenas embarcações, como canoas, conseguem trafegar, mas sua capacidade de carga é insuficiente para atender à demanda.
Os comerciantes locais enfrentam um dilema: a demora nas entregas tornou-se imprevisível. “Uma viagem de barco de Manoel Urbano para Santa Rosa do Purus, que antes durava menos de 24 horas, hoje não tem previsão de chegada. A dificuldade de navegação é enorme”, relatou o freteiro José Ribamar.
Essa crise logística não apenas provoca escassez, mas também eleva os preços dos produtos ainda disponíveis. Em Marechal Thaumaturgo, a lata de óleo de soja custa três vezes mais que em Cruzeiro do Sul, principal fornecedor da região. Em Jordão, o preço do açúcar, transportado por via aérea, chega a R$ 7 por quilo devido ao custo elevado do frete.
Porto Walter enfrenta uma situação similar, com o preço do litro de gasolina ultrapassando R$ 10. Essa realidade coloca um fardo pesado sobre os moradores, que já lutam para garantir produtos básicos em meio a essa crise.
As autoridades locais buscam soluções emergenciais para mitigar os efeitos da seca e garantir o abastecimento das cidades. No entanto, enquanto a situação dos rios não melhora, os habitantes das cidades afetadas continuam a lidar com preços exorbitantes e a escassez de produtos essenciais.