Por: Jorge William
Diante das adversidades de um ano atípico, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), tem se empenhado para garantir a continuidade do ensino aos alunos da rede pública, sobretudo na modalidade de Educação no Campo, que, além dos desafios da pandemia, enfrentam a incidência do período chuvoso na região, ocasionado pelo inverno amazônico.
A equipe de gestão, do ensino e de logística do Departamento da Educação do Campo tem desenvolvido estratégias pedagógicas para contemplar os 38.778 estudantes das regiões rurais. Tendo em vista os desafios do acesso as unidades do campo, a comunidade escolar adapta as resoluções de ensino em um formato específico, dentro das condições de cada aluno.
Devido ao aumento de casos de Covid-19, a Educação, seguindo as medidas sanitárias estabelecidas pelo novo decreto estadual, retornou às atividades de ensino de forma não presencial, para o encerramento do ano letivo de 2020, na última segunda-feira, dia 8, que será concluído em março.
Posteriormente, haverá um recesso em abril, com retorno para o início do ano letivo de 2021 previsto para maio, que será executado de acordo com o cenário da pandemia no Acre.
Seguindo o plano de execução das atividades remotas normatizado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), a SEE trabalha para adaptar as diretrizes de acordo com o cenário das 300 unidades do campo do Estado. Dessa forma, as escolas das regiões de fácil acesso retornam às atividades junto com as demais.
Já nas escolas localizadas em áreas de difícil acesso, o início do encerramento do ano letivo de 2020 será retomado em março, com o término em abril e, posteriormente, o início do ano letivo de 2021 previsto para maio.
Segundo o chefe do Departamento de Ensino do Campo, Claudio Ferreira, em algumas unidades, localizadas em comunidades isoladas, não foi possível o início do ano letivo de 2020. “Por conta do difícil acesso, iremos trabalhar de forma concomitante os anos letivos de 2020 e 2021, apenas nessas escolas mais isoladas. São medidas para que nenhum estudante tenha o ensino-aprendizagem prejudicado”, explica o chefe do departamento.
Tendo em vista a necessidade de adaptação das escolas rurais, a Divisão de Ensino no Campo realiza uma série de medidas para instruir a comunidade escolar, como, por exemplo, a realização de uma formação continuada, com professores e gestores, sendo de cunho formativo e informativo, iniciada em fevereiro, nos 22 municípios do estado.
Além disso, a Divisão de Gestão organizou na sexta-feira, dia 5, uma webconferência com os coordenadores de núcleos de educação, para debater as diretrizes do novo decreto.
Levando conhecimento às regiões mais isoladas
Além de construir a metodologia de ensino, a equipe da Educação do Campo elabora ações de acompanhamento pedagógico, monitorando as atividades remotas, como as audioaulas e videoaulas, veiculadas pelo Programa Escola em Casa, desde a paralisação das aulas presenciais. “90% dos alunos da comunidade escolar do campo acompanham as aulas por meio de material impresso, fornecido pela SEE, devido à falta de acesso à TV e ao rádio”, salienta Priscila Pinheiro, chefe de divisão.
A SEE intensificou a elaboração e distribuição de kits pedagógicos aos estudantes, bem como a entrega de cerca de 420 novos computadores da marca Dell, nas unidades rurais.
Segundo Silvia Carla Maciel, chefe da Divisão de Gestão das Escolas do Campo, a equipe elaborou, ainda, um banco de dados de atividades pedagógicas. “Todas as escolas do campo do estado terão acesso ao banco, compartilhando conhecimento e proporcionando um ensino-aprendizagem linear”, disse.