Por Maxmone Dias
Há dez anos, o idoso Valdomiro Francisco de Lima foi diagnosticado com glaucoma durante uma consulta de rotina na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco. Desde então, faz acompanhamento periódico para manter a saúde ocular. Na semana marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, lembrado no dia 26 de maio, o idoso se uniu a outros 50 pacientes, para mais uma consulta de rotina na Fundhacre.
A doença afeta a visão e atualmente atinge cerca de 900 mil pessoas em todo o Brasil. No Acre, a Fundhacre é a unidade de referência para os casos suspeitos ou já diagnosticados de glaucoma.
“Fiz a consulta aqui e o médico deu o diagnóstico. Aí foi por essa preocupação que eu procurei o médico, eu vi que estava piorando, né? Falei ‘vou procurar o médico’. Aí procurei, graças a Deus deu certo, foi melhorando. E eu sempre retorno pra consulta. Aqui na claridade, que nem agora, beleza pura [boa visão]”, conta Valdomiro, que, além do glaucoma, também foi diagnosticado com catarata.
A oftalmologista Arieli dos Santos destaca a importância da detecção precoce da doença por meio de exames oftalmológicos regulares, explicando que o principal exame de diagnóstico utilizado para identificar o glaucoma em estágios iniciais é a aferição da pressão intraocular, maior fator de risco para se desenvolver o glaucoma.
Também é importante a verificação do nervo óptico, com o exame de fundoscopia, que qualifica a aparência do disco ótico e serve para diagnosticar e acompanhar a evolução da doença. Já a análise do campo visual é realizada por meio da campimetria, que auxilia o oftalmologista na identificação de perdas da visão periférica causadas pelo glaucoma.
E, ainda, o exame de gonioscopia investiga o ângulo da câmara anterior, que também é importante, permitindo a avaliação da entrada do sistema de drenagem interno do olho. “Quanto antes se diagnosticar o glaucoma, menores as chances de problemas na visão”, adverte a médica.
Se não tratado adequadamente, o glaucoma pode levar à cegueira e, em alguns casos, os transplantes de córnea são recomendados, desempenhando um papel crucial na oftalmologia, ao lado de uma série de outras intervenções cirúrgicas destinadas a corrigir uma série de problemas visuais debilitantes. Entre esses procedimentos oftalmológicos vitais, estão aqueles voltados para tratar condições como catarata, glaucoma e degeneração macular.
Na Fundhacre, cirurgias oftalmológicas e transplantes de córnea têm sido realizados regularmente, proporcionando aos pacientes uma oportunidade de restaurar a visão e recuperar a independência perdida. Somente de janeiro a maio deste ano, cerca de 40 procedimentos foram realizados, incluindo 13 cirurgias de correção de catarata e 27 transplantes de córnea.
“O paciente deve iniciar o acompanhamento no posto de saúde mais próximo de sua casa. Após a avaliação inicial, ocorre o encaminhamento para uma unidade de referência, no caso, a Fundhacre, onde ele vai passar por uma consulta com o oftalmologista, que, se necessário, irá encaminhar o paciente para o especialista em glaucoma, que dará continuidade ao tratamento”, explica a diretora de Assistência da Fundhacre, Carina Hechenberger.
Fonte agencia.ac.gov.br