Com o intuito de levar terapia ocupacional e empreendedorismo às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM), realizou na manhã desta quinta-feira, 24, o lançamento do projeto Mãos que Transformam com a presença da primeira-dama do estado, Ana Paula Cameli.
O evento, que reuniu servidores da SEASDHM e visitantes, apresentou o trabalho realizado, por intermédio de uma exposição de peças customizadas, pelas mulheres da Casa Abrigo Mãe da Mata, que participaram de oficinas oferecidas pela servidora pública Silvana Mota.
“A ideia nasceu de uma visita à Casa de Acolhimento Mãe da Mata, atendendo a um pedido da secretária de estado Claire Cameli, que observou a necessidade de serem desenvolvidas atividades ocupacionais e de criação com essas mulheres em situação de vulnerabilidade social. Deus me deu um dom e eu sinto muito prazer de compartilhar esse trabalho com estas mulheres que têm tantas marcas em suas vidas e só precisam de uma oportunidade para refazerem suas vidas”, explicou Silvana Mota.
A primeira-dama do estado, Ana Paula Cameli, disse que esse trabalho dignifica essas mulheres e são ações como essa que fortalecem e empoderam para um futuro.
“São de ações sociais como esta que eu acredito e apoio, dando a vara para pescar e não o peixe. A entrega de um sacolão suprirá a fome por alguns dias, mas capacitar e mostrar um meio de ser uma empreendedora certamente mudará a história dessas mulheres”, ressaltou.
Para a secretária de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres, Claire Cameli, desenvolver atividades de criação contribui para a elevação da autoestima e potencializa a inserção produtiva, geração de renda e autonomia financeira.
“Precisamos parar de pensar em assistencialismo e pensar na emancipação dessas mulheres que sofrem violência doméstica familiar. Esse projeto dá a oportunidade de mostrar que elas podem vencer. Estou muito feliz e estamos planejando mais projetos para ajudar nossa população”, destacou Claire Cameli.
Oficina de Customização
A primeira oficina teve início em agosto, com três encontros semanais, momento em que cada mulher teve a oportunidade de relatar as situações de violência que enfrentou com seus ex-parceiros. Ao mesmo tempo em que desenvolvem sua criatividade, confeccionam suas peças exclusivas. A técnica utilizada é a customização, reaproveitando pedaços de tecidos, pedrarias, fitas, rendas, camisetas e outros.
Com 34 anos, E.S.L.F, relatou como chegou na casa e falou da importância da oficina de customização como um meio de obter renda e esquecer os traumas sofridos.
“Morava com os meus tios e eles ajudaram na minha criação, juntamente com meus avós. Do nada, fui expulsa de lá e me mandaram para a casa da minha mãe biológica. Já era adulta quando fui morar com ela. Depois de dois anos, ela tentou me matar e fui morar com um irmão. Depois de quatro dias, ele tentou me violentar e foi daí que vim para a Casa Abrigo e já estou aqui há seis meses. Ainda não tinha surgido uma oficina como essa, que ensinasse a bordar blusas, a fazer artesanato, ensinasse uma ocupação para a mente e para mim foi uma oportunidade única, e posso ganhar um dinheiro no futuro.”