Na semana passada, casa do empresário no Rio foi alvo de ação semelhante.
Justiça quer saber se Eike tem contas no exterior e quanto foi remetido.
Equipes da Polícia Federal realizam nesta quarta-feira (11) uma operação em Angra dos Reis, na Costa Verde, para apreender o iate do empresário Eike Batista, além de outros bens que encontrarem na casa que ele tem no município, como informou o Bom Dia Brasil.
Segundo o juiz federal Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal, a apreensão faz parte da decisão que decretou, na semana passada, o bloqueio de R$ 3 bilhões em bens do empresário e de parentes dele para preservar possíveis indenizações e multas.
“Depois de todos os bens apreendidos, vamos avaliar até chegar no montante que o Ministério Público requereu. Se ultrapassar, o restante será devolvido”, informou o magistrado.
Na última sexta-feira (6) na casadiversas apreensões foram feitas de Eike no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Durante a ação, foram levados o celular do empresário, documentos, seis carros (dois deles importados), um piano, 16 relógios, R$ 90 mil em dinheiro e mais o equivalente a R$ 37 mil em outras moedas. Inicialmente, a defesa do empresário havia estimado em R$ 80 mil o valor recolhido.
Segundo a PF, também foram apreendidos dois motores para lancha, um computador, uma escultura e um ovo Fabergé (joia feita para czares russos nos séculos 19 e 20).
Contas no exterior
Segundo o magistrado, está sendo julgado o pedido de rastreamento de contas do empresário no exterior.
“Existe um inquérito tramitando que implica na evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Queremos saber onde ele tem conta e quanto ele remeteu para o exterior”, ressaltou o juiz, explicando que, mesmo que o processo seja deferido nesta quarta, não é um processo rápido, pois o Ministério Público precisará encaminhar o pedido para órgãos de cooperação internacional, como a Interpol e o FBI (agência federal de investigação dos EUA).
Defesa
Indignado, o advogado Sérgio Bermudes disse na sexta que o bloqueio e a apreensão de bens foi uma “decisão selvagem e brutal”. “Não deixaram dinheiro nem para ele comprar bananas para o filho de 3 anos. A Polícia Federal foi extremamente correta e cortês. Mas a decisão judicial só pode ser classificada como fúria selvagem”, afirmou.
Segundo o advogado, a apreensão de todos os bens do empresário foi para garantir o pagamento de indenização de vítimas de supostos atos fraudulentos, caso Eike seja condenado. No entanto, Bermudes alegou que o processo que corre na 3ª Vara Federal Criminal ainda está no início.
Nesta quarta, o Tribunal Regional Federal no Rio vai julgar o pedido da defesa de Eike que pede o afastamento do juiz do processo por imparcialidade. “É uma suspeição sem base legal, de fundo meramente político. Não há nenhuma violação a artigo do código de processo penal”, afirmou o magistrado Flávio Roberto de Souza.