Cruzeiro do Sul, AC, 26 de novembro de 2024 20:55

Em nova classificação, Alto Acre avança para Bandeira Verde, enquanto Baixo Acre e Juruá ficam na Amarela

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Por: Samuel Bryan 

A mais nova coletiva de anúncio da classificação de risco das regionais de saúde do Acre no avanço da pandemia de Covid-19, realizada na manhã desta sexta-feira, 27, destacou a mudança pela primeira vez da regional do Alto Acre para a Bandeira Verde (Nível de Cuidado), enquanto Baixo Acre-Purus, Juruá e Tarauacá-Envira se encontram na Bandeira Amarela (Nível de Atenção).

Coletiva de anúncio da classificação de risco das regionais de saúde do Acre destacou a mudança, pela primeira vez, da regional do Alto Acre para a Bandeira Verde  Foto: Diego Gurgel/Secom

Embora a avaliação seja referente ao período entre 8 a 21 de novembro, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre) e o Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, destacaram que nas últimas semanas houve um aumento acentuado no número de casos da doença em quase todo o estado, mas que esse número entrou em um processo de manutenção e redução na última semana, estando ainda longe do pior cenário de novos casos, cujo auge foi em maio.

Segundo a avaliação da última janela epidemiológica, o Alto Acre apresentou uma queda nas notificações por síndrome gripal, internações e casos confirmados de Covid-19. Já o Baixo Acre-Purus apresentou um crescimento pequeno de quase todos seus indicadores, incluindo ocupação de leitos clínicos e de UTI, mas com redução de óbitos, apresentando uma estabilidade. Juruá e Tarauacá-Envira, que estavam anteriormente em Bandeira Laranja, também apresentaram melhora em seus indicadores, com redução no número de óbitos.

Já o Baixo Acre-Purus apresentou um crescimento pequeno de quase todos seus indicadores, incluindo ocupação de leitos clínicos e de UTI, de acordo com a classificação Foto: Diego Gurgel/Secom

A coordenadora do Grupo de Apoio ao Pacto Acre Sem Covid, Karolina Sabino, lembrou que essa já é a 12ª coletiva de anúncio da classificação de risco e que, embora muita coisa já tenha mudado desde a chegada da pandemia ao Acre, esse é um trabalho contínuo e de todos, com responsabilidades do poder público e da população.

“Temos uma ferramenta de trabalho confiável, que reflete o momento exato que estamos passando. Nós esperamos que todos os esforços sejam mantidos não apenas pelo poder público, mas principalmente pela população, com o reforço das medidas sanitárias. Estamos nos aproximando das festas de fim de ano e esses cuidados são essenciais”, observa Karolina.

Coordenadora do Grupo de Apoio ao Pacto Acre Sem Covid, Karolina Sabino, lembrou que essa já é a 12ª coletiva de anúncio da classificação de risco  Foto: Diego Gurgel/Secom

O governador Gladson Cameli aproveitou para mandar um recado, pedindo que toda a população aprenda, neste momento, a conviver com o vírus, sem abrir mão das medidas sanitárias de proteção, como o uso de máscaras, limpeza das mãos e distanciamento social.

Durante este momento do avanço da pandemia em todo o mundo, o governo do Acre, com o apoio do governo federal, realizou um investimento histórico na área de saúde pública, com a criação de 90 leitos de UTI e 352 leitos clínicos destinados ao combate da Covid-19, junto a dois hospitais de campanha, além do oferecimento atual de ampla testagem. Entretanto, mesmo com tamanho avanço em tão curto tempo, os cuidados pessoais e coletivos seguem necessários para que o sistema não corra risco de no futuro entrar em colapso.

O próximo anúncio está marcado para o dia 11 de dezembro.

Funcionamento de setores comerciais e sociais

O Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 também divulgou uma nova resolução que trata sobre o enquadramento dos setores e das atividades comerciais autorizadas a funcionar de acordo com cada um dos níveis de risco estabelecidos no Pacto Acre Sem Covid.

A nova resolução unifica todas as anteriores relacionadas ao funcionamento dos setores comerciais e sociais durante a pandemia, dando abertura para que praticamente todos possam operar a partir da Bandeira Laranja com quantitativo de capacidade reduzido e adoção de protocolos sanitários, além das medidas de proteção individuais. Assim, atividades como a abertura de academias, igrejas, bares e restaurantes, que não eram permitidos na Bandeira Laranja, passam a ser com uma redução ainda maior da encontrada na Bandeira Amarela.

Secretário de Saúde, Alysson Bestene, disse que a nova resolução é fruto de um trabalho coletivo, em que o governo do Acre ouviu e ponderou os anseios dos representantes comerciais e sociais Foto: Diego Gurgel/Secom

Segundo o secretário de Saúde, Alysson Bestene, a nova resolução é fruto de um trabalho coletivo, em que o governo do Acre ouviu e ponderou os anseios dos representantes comerciais e sociais, mudando níveis de abertura e medidas para que haja segurança para toda a população.

“É uma revisão de todos os segmentos, trazendo o funcionamento de todos os setores comerciais e sociais para a Bandeira Laranja com quantitativo menor. E é um trabalho que não para no poder público. Cada pessoa precisa fazer sua parte, desde o setor privado e a população, para que não haja retrocesso por disseminação da doença”, avalia Bestene.

Metodologia

O Pacto Acre sem Covid é uma ferramenta destinada a viabilizar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, o direito de proteção à saúde e os valores sociais do trabalho, tendo por finalidade fundamental a efetiva proteção do direito à vida.

De acordo com o método definido pelo Pacto Acre sem Covid, a classificação em nível de risco é realizada conforme a delimitação territorial das regionais de Saúde do estado, a saber:  região do Alto Acre (Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri), Baixo Acre e Purus (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Jordão, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomard) e a região do Juruá e Tarauacá-Envira (Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Tarauacá).

Pacto Acre sem Covid é uma ferramenta destinada a viabilizar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, o direito de proteção à saúde e os valores sociais do trabalho Foto: Neto Lucena/Secom.

A classificação em níveis de risco (bandeiras), expressa por meio de uma nota geral que varia de 0 a 15, é obtida por meio da mensuração de sete índices, sendo eles: isolamento social, notificações por síndrome gripal, novas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, novos casos por síndrome gripal Covid-19, novos óbitos por Covid-19, ocupação de Leitos Clínicos Covid-19 e ocupação de UTIs Covid-19.

Os níveis de classificação de risco foram divididos em Vermelho, Laranja, Amarelo e Verde, respectivamente do mais restritivo para o mais flexível. A cada 14 dias é realizada uma nova avaliação dos indicadores, cabendo às prefeituras realizar a autorização das atividades permitidas no respectivo nível de risco apurado por meio de decreto municipal, bem como a instituição de protocolos sanitários a serem seguidos pelos setores da economia que estejam autorizados a funcionar. Um trabalho que envolve Estado, prefeituras e entidades e que deve contar com o apoio de toda a comunidade.

Para mais informações de protocolos, acesse: http://covid19.ac.gov.br/