Por Gledisson Albano
A seca extrema que atinge Cruzeiro do Sul, região do Juruá, tem causado sérios impactos no transporte e acesso às comunidades mais isoladas, afetando diretamente o fornecimento de merenda escolar e insumos para postos de saúde. Galhos e troncos de árvores, acumulados no leito dos rios e igarapés, tornam o trajeto impossível, agravando ainda mais a situação já crítica da seca.
José Lima, coordenador da Defesa Civil municipal em Cruzeiro do Sul, destacou os desafios enfrentados: “Muitas comunidades estão sem acesso por conta dos rios secos e da quantidade de galhos obstruindo os canais. Realizamos um levantamento e identificamos que rios como o Juruá Campinas, Juruá Mirim, Valparaíso e Liberdade estão com condições mínimas de trafegabilidade. Além da baixa lâmina d’água, a presença de troncos e galhos impede a passagem de embarcações.”
Para enfrentar essa crise, uma força-tarefa foi montada com a participação da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro e secretarias municipais. O objetivo é realizar a desobstrução dos canais e garantir que a merenda escolar chegue às escolas e que o atendimento nos postos de saúde continue. “Embora a ação não vá resolver o problema por completo, especialmente devido à baixa quantidade de água em algumas áreas, estamos trabalhando para amenizar a situação”, explicou Lima.
As operações de limpeza dos canais devem começar na próxima semana, mas algumas ações pontuais já estão sendo realizadas com o apoio do município. No entanto, Lima alerta que a previsão de chuvas para os próximos meses é limitada e não suficiente para resolver a crise hídrica. “As previsões indicam chuvas passageiras e localizadas, que podem vir acompanhadas de ventos fortes e raios, o que é preocupante, mas não será suficiente para reverter a seca.”