Por Emily Vitoria
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), promoveu nesta terça-feira, 4, uma formação aos gestores e coordenadores das redes estaduais e municipais de ensino sobre diversidade e direitos humanos.
O objetivo foi apresentar propostas para implementação das leis 10.639 e 11.645, que tornam obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas.
Irizane Vieira, coordenadora do Núcleo de Educação em Direitos Humanos e Diversidade da SEE, explicou que o evento faz parte de um processo de formação continuada que a divisão realiza em todo o território acreano.
“O secretário de Educação, Aberson Carvalho, entende a importância e a necessidade de que essas formações aconteçam para que os professores compreendam o que são essas leis e como implementá-las”, disse.
Para Anailton Salgado, que atualmente coordena a Qualidade de Vida da representação da Secretaria Estadual de Educação em Cruzeiro do Sul, é de fundamental importância que um evento como esse aconteça nesse momento.
“Aqui nós vamos discutir as relações étnico-raciais dentro das unidades escolares, principalmente no tocante às leis que fazem com que as estratégias cheguem até os alunos para que haja o respeito às diferenças e para que todos sejam inseridos nesse mundo”, disse.
Romisson Santos, presidente do Fórum Municipal Permanente de Educação Étnico-Racial de Cruzeiro do Sul, falou da importância da formação. “Nós, enquanto Município, estamos numa cruzada nos últimos meses para implementar o fórum permanente aqui na cidade. Somos educadores e fomos chamados, cada um a sua maneira, para trilhar esse caminho de combate ao racismo e à discriminação”.
Cibele Francisca Clemente Rezende, professora de Língua Portuguesa da Escola Pública Estadual Dom Henrique Ruth e membro da Associação de Mulheres Negras, destacou que é importante uma formação como essas para que paradigmas sejam quebrados.
“Eu sou uma mulher preta, com muito orgulho, mas não foi fácil esse processo de aceitação da minha própria cor. O racismo não morreu, ele contia escancarado. A exemplo disso, eu tenho um filho negro e autista e já ouvi: ‘Coitado, mãezinha, além de pretinho ele é autista’. O governo está de parabéns de ter essa atenção para essa classe”, pontuou.