Por Stalin Melo
Em alusão ao Dia Mundial das Altas Habilidades e Superdotação, comemorado em 10 de agosto, a Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), por meio do Núcleo de Altas Habilidades e Superdotação (Naah/S), realizou nesta quinta-feira, 29, no auditório do Centro Universitário Estácio – Unimeta, em Rio Branco, o 3º Workshop de Altas Habilidades.
A data foi criada em 2011, durante um encontro promovido em Praga, na República Tcheca, pelo Conselho Mundial de Crianças Superdotadas, com a finalidade de apoiar e dar visibilidade às ações voltadas aos estudantes superdotados em todo o mundo.
O evento contou com a participação direta dos alunos e também dos pais. Foram ministradas oficinas, apresentações musicais e exposição de trabalhos, além de depoimentos dos estudantes do próprio Naah/S.
O secretário de Estado de Educação e Cultura, Aberson Carvalho, prestigiou o evento, destacando o compromisso da SEE em identificar os alunos com altas habilidades e superdotação. “Temos ainda muitas crianças a identificar, e isso é um compromisso da SEE, porque o Naah/S se tornou uma política de inclusão e estamos estruturando-o, para que isso aconteça”, afirmou.
Jeane Machado, chefe do Núcleo, destacou a importância de dar visibilidade aos alunos e aos seus talentos. “Essa data é para se olhar para as altas habilidades, olhar para esses alunos e apoiá-los, dando visibilidade e o suporte necessário”, explicou.
Os trabalhos apresentados durante o workshop foram realizados, de acordo com a professora Jeane, ao longo do semestre e também em anos anteriores. “Isso é para que as pessoas possam entender o que são as altas habilidades e a superdotação, porque muitas vezes as pessoas não têm esse conhecimento e aí ‘passa batido’, se torna um adulto que não teve essas oportunidades”, disse.
Jane faz questão de explicar que detentoras de altas habilidades não são somente aquelas pessoas que só tiram dez na escola. “Isso é um tipo ‘acadêmico’, mas existe ainda o produtivo, o criativo, a superdotação permeia todas as áreas, artes visuais, música, esporte”, ressalta.
Talento descoberto em casa
Uma das estudantes com altas habilidades e superdotação é Laura Mota, que estuda no Colégio Adventista e está no 2º ano do ensino fundamental, anos iniciais. Aos 8 anos de idade, de acordo com a mãe, Rayane Oliveira, ela já escreveu “uns 20 livros”, dos quais três já foram publicados.
Ainda de acordo com a mãe, o talento da Laura foi descoberto em casa, porque ela já foi para a escola sabendo ler e escrever. “Sempre foi avançada, a leitura sempre fez parte da sua vida”, conta. “Laura recebeu o laudo como autista e nesse laudo foi descoberta a superdotação; então encaminhamos para o Naah/S”, relatou.
Outro estudante superdotado é Davi Aquino, estudante da Escola Francisco Salgado Filho, que está no 5ª ano do ensino fundamental, anos iniciais. Sua professora, Luciane de Melo, explica que o aluno é superdotado em geografia e ciência. “Ele ajudou a montar o planetário e conhece todo o sistema solar”, disse.
Um acadêmico
Para quem trabalha com altas habilidades e superdotação, “acadêmico” é aquele aluno que tem conhecimento em várias áreas. É o caso de Abraão Brasil, que estuda no Colégio de Aplicação e está no segundo ano do ensino fundamental. Aos 8 anos, tem amplo conhecimento de paleontologia e até já escreveu um livro.
“No atendimento especializado, a gente investiga as habilidades que o aluno apresenta no desenvolvimento das atividades realizadas, sendo vários os instrumentos de aprendizagem para identificar essas habilidades, e a gente desenvolve vários projetos nessas áreas”, explica a professora Luciane.
Música que vem do berço
Entre as várias habilidades que os alunos desenvolvem, uma delas é a música. Maria Clara Souza, que estuda na Fundação Bradesco, é um desses talentos descobertos em casa. “Desde pequena eu gostava de música e vim para o Naah/S por indicação de um amigo da igreja. Já estou aqui há quatro anos”, disse.
Sua colega, Camila Hadasa, que é estudante do 8º ano da Escola Lourival Sombra, também se identificou com as altas habilidades pela música. A estudante toca violino e chegou ao núcleo por indicação de um professor de artes, depois de ter passado por um curso de extensão em música na Universidade Federal do Acre (Ufac).