Por: Marky Brito e Arlene Pessoa
Em março, segundo a pesquisa de custo das cestas básicas em Rio Branco realizada pela Secretaria de Planejamento e Gestão do Acre (Seplag), houve aumento nos preços das cestas de limpeza doméstica (2,06%) e higiene pessoal (2,40%), com a alta mais expressiva na cesta de alimentação (10,60%), quando comparado ao custo das cestas em fevereiro.
Os dados foram coletados em 71 estabelecimentos comerciais, três a mais do início da pesquisa feita em dezembro de 2021. Os estabelecimentos são compostos por mercados varejistas de grande, médio e pequeno porte, açougues e panificadoras, distribuídos em 40 bairros de Rio Branco.
O custo total da cesta básica alimentar para um indivíduo foi de R$ 506,48, uma alta de 10,60% em relação a fevereiro, conforme tabela abaixo. Houve aumento de preços em 12 itens da cesta, sendo do tomate o mais expressivo (35,96%), seguido pelo óleo (19,46%), pão (11,58%), mandioca (11,34%), feijão (8,45%), leite (8,33%), café (6,99%), arroz (6,64%) e banana (6,63%). Somente dois produtos tiveram queda: farinha de mandioca (-0,19%) e carne (-0,83%).
O número de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir os produtos da cesta básica alimentar foi de aproximadamente 91 horas e 56 minutos, cerca de 8 horas e 48 minutos a mais em relação ao tempo necessário medido em fevereiro.
Já o custo total da cesta básica de limpeza doméstica foi de R$ 59,97, uma alta de 2,06% em relação a fevereiro, conforme tabela a seguir. Sete produtos sofreram alta, sendo destaque o item sabão em barra que apresentou variação positiva de 5,82%, seguido pela esponja de aço (4,11%), detergente (3,38%) e cera para assoalho (3,10%). Os itens sabão em pó e água sanitária registraram decréscimo de -2,21% e -6,18 %, respectivamente.
Para adquirir uma cesta básica de limpeza doméstica, um trabalhador terá que trabalhar aproximadamente 10 horas e 53 minutos, o que representa 13 minutos a mais quando comparado com mês de fevereiro/2022.
O custo total da cesta básica de higiene pessoal para um indivíduo foi de R$ 20,64, um aumento de 2,40% em relação ao mês de fevereiro de 2022. Em relação a fevereiro houve elevação nos preços em todos os produtos, com destaque para o item creme dental, que registrou variação positiva de 4,42%, seguido pelo absorvente (2,35%) e papel higiênico (2,08%), conforme tabela abaixo.
A quantidade de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir uma cesta básica de higiene pessoal foi de aproximadamente 3 horas e 44 minutos, o que representa apenas 5 minutos a menos quando comparado com mês de fevereiro/2022.
A participação do valor das três cestas básicas continua significativa no rendimento de um indivíduo que recebia em março de 2022 um salário mínimo de R$ 1.212,00, sendo de aproximadamente 48,4%, um aumento de 4,41% em relação a participação das cestas em fevereiro de 2022, conforme o gráfico abaixo.
Para uma família-padrão de dois adultos e três crianças, foi estimado um gasto mensal de R$ 1.772,67 com a cesta alimentar, R$ 209,89 com a cesta de limpeza doméstica e R$ 72,25 com a cesta de higiene pessoal, totalizando R$ 2.054,81 por mês. Revertendo esse valor em quantidade de salário mínimo necessário para a subsistência dessa família, o custo estimado para aquisição das três cestas em março de 2022 foi de 1,70 salários mínimos.
Após três meses de pesquisa, é possível observar a evolução do custo total e de cada cesta para um indivíduo comum. Conforme o gráfico abaixo, entre janeiro e março o padrão de elevação do custo da cesta alimentar se destaca das demais, que apresentaram estabilidade e até queda.
Apesar do aumento constante, no mês de março o custo da cesta alimentar em Rio Branco (R$ 506,48) está abaixo da cesta de Aracaju (R$ 524,99), a mais barata no ranking de 17 capitais elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese).
Clique aqui para acessar o Relatório Completo da Pesquisa da Cesta Básica de março de 2022.
Marky Brito, engenheiro florestal (UFRA), especialista em Gestão de Projetos (FGV), atualmente é chefe do Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da Seplag
Arlene Pessoa, administradora (Faao), coordenadora da Pesquisa da Cesta Básica no Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da Seplag
Fonte agencia.ac.gov.br
