A Educação Profissional e Tecnológica do Campo no Estado do Acre é tema de mais uma etapa de diálogos esta semana entre produtores familiares, agentes extensionistas e professores e alunos. O I Seminário de EPT do Campo teve início dia 15 reunindo as regionais do Vale do Juruá e Tarauacá-Envira e nesta quinta-feira, dia 21, reúne na Escola da Floresta o Alto e Baixo Acre e o Vale do Purus.
O Seminário está sendo coordenado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFAC em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, o Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr Grechi – IDM, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e as Secretarias de Estado de Educação – SEE e de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar – SEAPROF.
Vale do Juruá/Tarauacá-Envira
Mais de 80 pessoas participaram do encontro do Vale do Juruá/Tarauacá-Envira realizado dia 15 no IFAC/Câmpus Cruzeiro do Sul. O evento foi aberto pelo diretor Geral da Unidade, Prof. Marcondes Nicácio, que destacou ser a atividade uma oportunidade de receber e ouvir a comunidade externa, quem realmente vive no Campo.
Marcelo José Diones da Costa, chefe da supervisão do SENAR-AC, destacou em sua fala a aproximação da iniciativa privada da ação pública voltada para o público rural e a experiência da Aprendizagem Rural desenvolvida pela Unidade.
Glenilson Araújo Figueiredo, secretário de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar – SEAPROF, enfatizou o fortalecimento das relações institucionais para que os resultados do seminário se tornem práticas no Campo.
O diretor de Ensino do Câmpus Tarauacá, Prof. Antônio Henrique, contribuiu abordando que os desafios da Educação Profissional do Campo começam a ser vencidos com a compreensão da singularidade da logística da região amazônica e do conhecimento das especificidades de cada regional.
Representando a reitora do IFAC, Profª Rosana Cavalcante dos Santos, a diretora Sistêmica de Programas Especiais, Jailene Soares, agradeceu a todos os parceiros envolvidos e em seguida ministrou o palestra “EPT do Campo no Acre – uma construção possível”, trazendo breve histórico, conceitos atualizados pelo Plano Nacional de Educação e a oferta de cursos técnicos, superiores e de formação inicial e continuada da Rede Federal nas duas regionais.
A diretora de Ensino do Câmpus Cruzeiro do Sul, Profa. Lydia Helena, explicou a todos a sistemática do evento e apresentou os mediadores. Os participantes se dividiram em grupos de trabalho. Após o almoço todos os itens foram apresentados em plenária.
Ao final foi também aprovado por unanimidade a proposta da formação do Fórum Acreano de Educação do Campo.
Voz dos participantes
“Esse seminário foi muito bom porque nivelamos as informações, conhecemos as dificuldades de cada um e colaboramos com sugestões”. Walmir de Souza, técnico da EMATER – de Porto Walter.
“Estou muito satisfeito porque estão sendo abordados temas que olhem o povo que mora no campo”, Ortônio Heliton Jesus de Mesquita, assistente social da empresa de Assistência Técnica, Social e Ambiental – ATES de Mâncio Lima.
“Só em Cruzeiro do Sul temos 52 escolas rurais de ensino fundamental e médio. Mais de 5 mil alunos. Algumas escolas levamos até três dias andando na mata e nos rios. Discutir a Educação Profissional no Campo é essencial para que o jovem tenha onde mirar para o seu futuro” Lucilene de Oliveira – Núcleo da Secretaria de Estado de Educação do Acre
“Achei esse evento uma semente. As informações nós vamos levar para os assentados, acreditando que a Educação Profissional do Campo há de melhorar e chegar para todos”, Antônio Jucá – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA – Unidade Avançada 02
“Não tinha conhecimento de tudo o que o IFAC oferecia. Com esse seminário comecei a entender que vai além do Pronatec. Acho também que colaboramos para os professores assimilassem um pouco mais sobre a nossa realidade”, Arlen José de Lima Alves – da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar – SEAPROF de Marechal Thaumaturgo (viajou 7 horas e meia de barco para participar do evento)
“Espero que nossas propostas saiam do papel. O IFAC é uma instituição nova, com ótimos profissionais e tenho certeza que com investimento na estruturação de laboratórios, escola-fazenda, por exemplo, ficará muito melhor”, Gerbiana Damião Assis, aluna do Curso de Tecnologia em Agroecologia do IFAC/Câmpus Cruzeiro do Sul
“Estou muito feliz em contribuir com a melhoria da instituição. Estou começando agora. Saio de casa as 5h da manhã de casa na Comunidade Corcovado, debaixo de sol ou chuva, mas não falto e não desisto, vale muito a pena aproveitar esta oportunidade de ter curso técnico na minha própria região”, Mateus Marinho Pinheiro, aluno do curso técnico integrado ao médio de Agropecuária do IFAC/Câmpus Tarauacá.