Cruzeiro do Sul, AC, 23 de novembro de 2024 17:52

Comissão do Impeachment deve evitar “guerra política”, diz Gladson

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Foto: Assessoria
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O senador Gladson Cameli (PP-AC) defendeu nesta quarta-feira (27), durante sua participação na Comissão Especial do Impeachment (CEI), que o colegiado deve se ater à análise da admissibilidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff e evitar fugir da finalidade do julgamento.

“Estou nesta comissão analisando os fatos, não fazendo politicagem. E se fazemos uma política coerente é porque o povo brasileiro precisa de um país que comece a crescer, a gerar mais emprego, a gerar renda. Que esta guerra política acabe de uma vez por todas, porque quem está pagando o preço é a população brasileira”, advertiu Cameli.

De acordo com Gladson, a tese definida de que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe não tem justificativa. “Fala-se de golpe de manhã, à tarde e à noite. Aí faço uma pergunta: se for aprovado o impeachment, o Senado também é golpista? Eu sou golpista? Esta instituição tem o dever de mostrar para o povo brasileiro se é golpe ou não. Eu quero ser convencido se é golpe, porque tenho certeza de que temos de acabar com esta palavra e respeitar a democracia do nosso País”, observou.

O senador reiterou que a comissão não é a instância para discutir se a presidente da República promoveu desvio de recursos, é acusada de crime de corrupção ou se deve ser afastada por divergência ideológica ou incompetência gerencial. “Aqui devemos analisar o artigo 85 da Constituição: o impedimento pelo crime de responsabilidade, que não deve ser confundido com os crimes comuns previstos no Código Penal. Este tipo de crime guarda relação com o dever dos governantes de cumprirem as suas responsabilidades, como respeitar as leis orçamentárias”, explicou.

O parlamentar ainda lembrou que o fato de ser o mais jovem da composição da Casa faz com que considere maior a responsabilidade de ser juiz neste caso. “Tenho ouvido com bastante atenção as intervenções dos meus pares desde ontem. O que se conclui até o momento é que há um cabo de guerra com argumentos que estão longe do objetivo desta comissão. O julgamento aqui é de essência parlamentar. O afastamento da presidente, caso aconteça, não importará em qualquer mácula à democracia porque o impedimento é um instrumento legal que existe para coibir abusos”, analisou o parlamentar, garantindo que será assíduo aos trabalhos da comissão.

Fernanda Camargo
Assessora de Comunicação