Por Tácita Muniz
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira, 26, revelou alguns dados relacionados ao extrativismo, que é uma atividade econômica importante para o desenvolvimento sustentável, uma vez que consiste na coleta de recursos naturais para fins de subsistência ou para a economia local. A Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), mostra que Xapuri, no interior do Acre, é o município com a terceira maior produção nacional de castanha no Brasil em 2023, estando logo atrás de Oriximiná (PA) e Óbidos (PA).
A castanha, segundo o estado, encerrou 2023 com produção total de 9.474 toneladas, crescimento de 3,6% em relação a 2022, com preço médio de R$ 6,96/kg, crescente desde 2020, quando atingiu seu nível mais baixo. Essa expansão faz parte de um período de recuperação do mercado pós-pandemia e início da Guerra.
Os cinco municípios com maior produção são Xapuri (2.005 toneladas), Brasileia (1.628 t), Rio Branco (1.600 t), Sena Madureira (1.580 t) e Epitaciolândia (1.019 t). O valor da produção da extração vegetal no Acre em 2023 foi de R$ 113,8 milhões, configurando um recuo de 7,6% frente a 2022, ocasião em que encerramos com o valor da produção em R$ 123,1 milhões. O elemento que mais influencia este recuo é a redução da extração da madeira em tora manejada.
Os três principais produtos da extração vegetal em 2023, em termos de valor de produção, são: castanha-do-pará (58%), madeira em tora (17%) e látex coagulado (11,5%). Juntos, esses produtos respondem por cerca de 86% do valor de produção no estado.
Incentivos
O titular da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), José Luis Tchê, destacou que as atividades do extrativismo são prioritárias em sua gestão.
“A gente vem acompanhando os produtores rurais envolvidos com essa atividade. Para tanto, os técnicos da Seagri vêm realizando, junto às comunidades e aos produtores rurais, cursos de boas práticas de produção da castanha, abrangendo técnicas e tecnologias sobre a produção e o processamento do produto. Esses cursos, além de proporcionarem novos conhecimentos aos nossos extrativistas, potencializam os índices produtivos e a qualidade do produto, possibilitando a abertura de novos mercados e a valorização da castanha”, disse.
O gestor evidencia, ainda, o trabalho em parceria com as organizações coletivas, particularmente as cooperativas, fortalecendo uma atuação conjunta com essas instituições.
“Essas parcerias objetivam propor as soluções mais viáveis para os muitos desafios ainda existentes nesta cadeia produtiva, buscando o fortalecimento coletivo e a ampliação da atividade de produção. De forma paralela, pensado em alternativas para fortalecer e estruturar a cadeia produtiva da castanha, a Seagri firmou uma parceria com o Sebrae para a realização de atividades técnicas voltadas para a bioeconomia, à qual a castanha está inserida, com o objetivo de ampliar a produção, assegurando a qualidade do produto e a sua comercialização por um preço mais justo, proporcionando uma melhor margem de retorno aos nossos produtores”, reforça.
A atividade produtiva da castanha foi incluída no Programa Acre Mais Produtivo (Proamp), que será desenvolvido em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e irá fortalecer toda a cadeia produtiva a partir da alocação de recursos financeiros como forma de investimento e ampliação da bioeconomia do Acre.
Para o Acre, os resultados disponíveis da pesquisa são para os grupos de produtos alimentícios, borrachas, fibras, madeiras e oleaginosos da extração vegetal.
Outros produtos
Em 2023 a produção de açaí foi de 4.031 toneladas, recuo de 9% em relação a 2022, com valor de produção de R$ 6,4 milhões, aumento de 2,6% devido ao maior patamar de preços. A extração foi menor em 2023 devido ao rearranjo do setor para a exploração da produção. Os cinco municípios com maior produção são Feijó (1.500 t), Cruzeiro do Sul (308 t), Tarauacá (260 t), Marechal Thaumaturgo (234 t) e Mâncio Lima (212 t).
O produto Hevea (látex coagulado) gerou R$ 13,1 milhões em 2023, 11,5% do valor da produção, com preço médio de R$ 17,5/kg e 751 toneladas exploradas. “A manutenção do pagamento pelos serviços ambientais aos extrativistas da borracha tem fortalecido o setor ano a ano, propiciando crescimento da produção”, destaca a publicação.
Os cinco principais municípios produtores de borracha são: Xapuri (246 t), Senador Guiomard (148 t), Brasileia (126 t), Sena Madureira (74 t) e Tarauacá (45 t).
Desse grupo, o produto madeira em tora apresentou uma queda no valor de produção de 56%, saindo de cerca de R$ 43 milhões em 2022 para R$ 19 milhões em 2023, uma queda de R$ 24 milhões, explicada pela expressiva queda do volume explorado em 2023, tendo como referência os registros do Documento de Origem Florestal (DOF).
O volume explorado em 2023 foi 172.486 m³, sendo um recuo de 58%. Os 5 municípios com maior produção são Feijó (44.195m³), Bujari (23.900m³), Rio Branco (20.621 m³), Tarauacá (19.274 m³) e Sena Madureira (18.465 m³).
Fonte agencia.ac.gov.br