Na data em que se comemora uma das mais sagradas profissões, o Dia do Professor, a população voltou a contar com o espaço considerado símbolo do conhecimento, a Biblioteca Pública Estadual Adonay Barbosa dos Santos. Coube ao governador Gladson Cameli fazer a entrega, nesta terça-feira, 15, de um local completamente reformado, aconchegante e moderno, à sociedade.
Fechada desde o ano passado, o retorno do funcionamento da biblioteca foi tratada com prioridade pelo atual governo. Mesmo em meio à crise financeira foi investido R$ 1 milhão na recuperação do prédio que deve receber, mensalmente, cerca de 180 mil pessoas.
Durante a solenidade que marcou a reabertura da biblioteca, o governador Cameli fez questão de enaltecer a educação como instrumento transformador. Gladson disse ainda que mesmo em meio ao avanço tecnológico, o novo espaço tem como principal desafio resgatar costumes tradicionais, como a leitura de um livro.
“É uma alegria ver uma obra desta grandeza pronta para a comunidade. E a nova biblioteca ainda é mais especial porque se trata de um ambiente de conhecimento. Um local onde as pessoas são convidadas a entender o mundo por meio dos livros. Poucas coisas são tão saudáveis do que um bom livro, uma boa leitura”, frisou.
“Procuramos adequar a biblioteca pública em tempos modernos de internet, onde as pessoas têm acesso a praticamente qualquer coisa a um clique. Em tempos de tecnologia precisamos resgatar o gosto pela leitura em nossos jovens e adultos. E esse é o espaço é ideal para isso. Estamos resgatando aqui um dos costumes mais antigos de estimulo à leitura, que é o compartilhamento de livros pra levar pra casa, o famoso ‘sebo’. Essa prática, tão eficiente em outras épocas, vai permitir que as pessoas que não podem comprar um livro possam levá-lo para casa ou doar uma publicação para outra pessoa”, completou o governador.
Valdiva Santos agradeceu a homenagem do governo do Estado ao marido Adonay Barbosa dos Santos, já falecido. Acreano nascido no seringal Bom Destino, às margens do rio Iaco. Sempre ligado ao movimento estudantil, Adonay graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e foi ainda deputado constituinte na década de 1960.
“Agradeço esta homenagem que invoca o nome de meu marido, que é a Biblioteca Pública e que está mais moderna, mais completa, com mais equipamentos para os nossos estudantes, professores e o público em geral aprimorarem seus conhecimentos”, pontuou.
Biblioteca Adonay Barbosa dos Santos entre as mais modernas do país
Localizada na região central de Rio Branco, o prédio da Biblioteca Pública Estadual é um convite ao conhecimento. A magia que o local proporciona aos seus visitantes é única. Desde os mais jovens, por meio dos atrativos do Espaço Criança, aos adolescentes, com o Espaço HQ e seus inúmeros heróis, até à população da terceira idade, que muitas vezes tem a oportunidade do primeiro contato com o mundo digital.
Logo na entrada, o frequentador se depara com a ‘árvore do conhecimento’, uma das novidades do lugar. Nela estão livros disponíveis para empréstimo aos visitantes e que podem ser devolvidos posteriormente. Atualmente, o acervo do local está estimado em 70 mil obras literárias.
“Queremos dar qualidade e bom atendimento ao público e isso nós vamos fazer. Novidades sempre teremos, uma delas é o constante melhoramento do nosso acervo e isso estamos lutando constantemente. Este é um espaço sagrado do conhecimento e que terá total atenção do governo para que as pessoas venham aqui e se sintam bem aconchegadas e com o desejo de voltar sempre”, afirmou o diretor-presidente da Fundação Elias Mansour, Manoel Pedro, o Correinha.
Para atender ao público que frequenta o local de maneira digna e confortável, a ampla reforma contemplou a modernização, adaptação e manutenção da nova biblioteca, assim como a ampliação da acessibilidade. A filmoteca recebeu rampas, o setor de HQs ganhou plataforma, pisos táteis e identificação em braile. O Espaço Criança foi reformulado, bem como o local dedicado ao acesso à internet. Parte do mobiliário também foi substituído.
A entrega faz parte do pacote de obras inacabadas deixadas pela administração passada e foi coordenada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra).
“A nível estrutural, realmente foi uma restauração muito grande. Trocamos a cobertura, esquadrias, janelas, parte elétrica, ar-condicionado, revitalizamos o piso e asseguramos a acessibilidade completa do prédio, como o retorno do elevador, que não estava funcionando. Além disso, instalamos mais uma plataforma de acessibilidade. Realmente, foi uma revitalização muito grande deste espaço”, explicou o secretário Thiago Caetano.
Por meio de um termo de cooperação, a Biblioteca Pública Estadual será administrada, conjuntamente, entre a Fundação Elias Mansour e a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (SEE). Desta forma, o governo assegura a excelência no atendimento e estrutura necessária para o pleno funcionamento do local.
“A Secretaria de Educação entra com toda a estrutura de pessoal para o funcionamento da biblioteca e também com o apoio que possamos vir a dar aos projetos que a FEM deverá realizar neste espaço. Uma parceria muito saudável entre as nossas instituições, porque o nosso foco é oferecer um atendimento de qualidade para os frequentadores deste espaço”, salientou o secretário Mauro Sérgio Cruz.
Mestres são homenageados
A solenidade foi marcada por homenagens aos professores Amarílio Nunes da Silva e Maria Zelia da Silva. Esta última é pedagoga da rede estadual de ensino desde março de 1974, portanto, há 45 anos se dedica a levar conhecimento a várias gerações de acreanos.
A professora iniciou a carreira em sala de aula na escola doutor Mário de Oliveira, em Rio Branco. Sua primeira missão como educadora foi alfabetizar crianças do primeiro ano do ensino fundamental que estavam com distorção idade-série. Bastante emocionada, Zelia afirmou receber a homenagem com bastante surpresa.
“Eu me sinto muito honrada por esta homenagem recebida e confesso que nem esperava. Desde o início da minha carreira, não faltaram desafios e sempre os enfrentei com muita coragem porque o meu sonho desde criança era ser professora. Quando eu brincava de boneca, as minhas bonecas eram minhas alunas, assim como as minhas coleguinhas. Isso já estava no meu DNA, a missão e a condição de professora. Sempre procurei e continuo honrando a minha profissão”, argumentou.
Por: Wesley Moraes