Por Ila Verus
Trabalhando de forma conjunta com o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp/AC) reduziu em 56,6% o número de homicídios no estado, em um comparativo entre os anos de 2017 e 2022, segundo último dado do Atlas da Violência, pesquisa divulgada pelo governo federal.
O Acre, que em 2017 apresentava um dos maiores índices de homicídios por cem mil habitantes da Região Norte, com (61,5%), destacou-se por reduzir em mais de 50% dos casos de homicídios no estado em 2022, chegando à marca de 26,7. A redução é resultado de uma atuação integrada entre as forças do Sisp, composto pela Polícia Militar (PMAC), Polícia Civil (PCAC), Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e Instituto Socioeducativo (ISE), que juntos trabalham para manter a paz e a segurança da população acreana.
O secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública do Acre, coronel Evandro Bezerra, destaca que os números são reflexos de ações contínuas e conjuntas entre todas as forças do Estado. “Queremos ressaltar que esses dados positivos em nível nacional são devidos ao empenho do nosso operador de segurança pública, aos investimentos do governo do Estado, em parceria com o governo federal, para uma estrutura que se adeque a esse enfrentamento à violência, com investimentos em viaturas, aeronaves, que possibilitaram à gente alcançar lugares de difícil acesso e garantir a paz e o direito de ir e vir com tranquilidade aos cidadãos”, afirma.
No ranking dos estados da Região Norte, o Acre (26,7) foi o que mais reduziu os índices do crime, indicando a menor taxa de homicídios estimados por cem mil habitantes em 2022. Em primeiro está o Amazonas, com (43,5); seguido do Amapá, com (41,8); Roraima (41,8); Rondônia (33,7); Pará (33,6) e Tocantins (30,1). Entre as capitais de todo o país, Rio Branco foi umas das que obteve os menores valores, ao lado de São Luís (MA), Vitória (ES) e Palmas (TO).
O cenário de criminalidade no estado foi mudando a partir de 2018, com uma restruturação na segurança pública, com a criação do programa de defesa social da Sejusp, Acre Pela Vida, que tem como objetivo levar ações de cidadania para jovens e crianças, por meio do esporte, educação e lazer. Foi também realizada a criação do Observatório de Análise Criminal no Ministério Público (MPAC), além do setor integrado de inteligência da Polícia Civil, delegacia especializada em homicídios e medidas disciplinares dentro do presídio de segurança, com a separação dos presos por facção nas celas.
A segurança das fronteiras também foi uma das medidas do plano estratégico da Sejusp no enfrentamento à criminalidade, que contribuiu para a redução, nos últimos cinco anos, dos homicídios. Com um trabalho intenso e contínuo, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) foi criado e estabelecido no estado em 2019. O grupo atua nos 2.183 km de faixa de fronteira do estado em parceria com a Polícia Militar e Polícia Civil, por meio de bloqueios fixos e móveis, e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), com suporte aéreo. A atuação se dá também de forma integrada com as forças policiais em nível federal, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de operações integradas com o Exército Brasileiro.
O coordenador do Gefron, coronel Cleudo Maciel, explica que os crimes transfronteiriços têm reflexo direto nos demais. “A droga é o ativo criminal que mobiliza os demais crimes. No momento em que temos um grupo especial de fronteiras e as demais unidades da segurança pública no enfrentamento aos crimes transfronteiriços, na apreensão de drogas, por consequência, vamos ter diminuição dos demais índices”.
A segurança tem investido em todos os eixos estratégicos de enfrentamento ao crime, promovendo uma política de prevenção, com atuação das polícias nas comunidades e nas escolas, difundindo cidadania e paz com o policiamento rural, escolar e comunitário.
A instalação de câmeras de videomonitoramento em todos os municípios do estado foi uma das medidas que trouxe avanço e rapidez para o trabalho das forças, que agora contam com uma integração de informações e imagens, por meio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que vigia dia e noite vários pontos das cidades do Acre.
Os investimentos em segurança também foram um dos pontos-chave para a restruturação e diminuição dos índices, com o aumento de efetivo policial; infraestrutura, com a construção de tanques de mergulho e torre de salvamento, na sede Corpo de Bombeiro Militar do Acre (CBMAC), em Rio Branco; o posto avançado do Gefron, entrega de armas e veículos, além de capacitações em todas as cinco microrregiões do estado, com o Curso Operacional Integrado (COI), que propicia melhor atuação em campo de todas as forças policiais.
Fonte agencia.ac.gov.br