Na região do Juruá, uma ação conjunta das polícias Civil e Federal resultou na detenção de dezenas de pessoas, que estariam praticando crime de crueldade contra animais. O flagrante foi aplicado na tarde do último sábado, 08, em Mâncio Lima. Na ocasião, foram apreendidos mais de 70 galos de briga, além de ‘biqueiras’ e esporas de metal, usadas pelos donos de galos de briga, para ampliar o poder de lesão dos animais que eram postos na rinha para lutar até a morte.
Previsto no artigo 32 da Lei nº 9605/98, a pena por tal crueldade vai de três meses a um ano de detenção, além do pagamento de multa pela pratica de maus-tratos contra quaisquer animais quer sejam silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.
O dono da chácara, localizada a 15 quilômetros da Vila Santa Rosa, identificado por “Rato”, conseguiu escapar do cerco das polícias se embrenhando pela mata. Conforme o delegado de Polícia Civil, Roberto Lusena, na hora da chegada dos policiais ao local da rinha, estima-se que cerca de cinquenta pessoas estavam no local, muitos conseguiram fugir. Entre os envolvidos, donos de galos e apostadores, há pessoas de classe média alta e servidores públicos, incluindo mulheres e crianças.
“Sempre houve consenso das autoridades que as chamadas ‘rinhas de galo’, além de constituir o delito citado, também configuram contravenção penal de jogo de azar, prevista no artigo 50 do Decreto-lei nº 3688/41, com pena de prisão simples de três meses a um ano, além da multa e perda dos móveis e objetos decorativos do local”, explicou o delegado.
No local da rinha, além do octógono, havia uma grande estrutura em uma espécie de galpão com iluminação, ventilação e até cadeiras com os nomes dos participantes mais cativos da prática criminosa, que segundo a investigação, alimentavam o negócio com apostas que variavam entre R$300 a R$400. A investigação apurou ainda que os organizadores estavam planejando colocar um carro zero quilômetro como prêmio para as próximas apostas.