Armados com facas, foices e terçados, cerca de 50 homens mataram Lucimar da Silva Bezerra, de 33 anos, dentro da delegacia do município de Bujari, na manhã desta quarta-feira (18). Sete policiais e um delegado, que faziam a segurança do preso, foram dominados e obrigados a abrir a cela.
“A cidade está sob clima de intensa tensão”, disse o delegado Nilton Boscaro, que está no local.
O preso confessou ter matado Jardinez Oliveira da Silva, de 27 anos, e uma criança de apenas seis meses de vida, e ainda jogado os corpos dentro do rio.
O crime aconteceu na segunda-feira (16), no Rio Antimary, em uma localidade rural distante aproximadamente cinco horas de viagem do município de Sena Madureira.
Ainda não se sabe as procedências dos homens, porém pelas características físicas e armamentos, os policiais concluíram que são agricultores que moram na mesma comunidade da mulher assassinada.
De acordo com o ex-prefeito de Bujari, João Edvaldo Teles, o “Padeiro”, 59 anos, algumas pessoas da família de Jardinez estavam depondo na delegacia quando os homens invadiram e mataram o preso.
“Algumas pessoas da família vieram depor e os outros homens acompanharam e invadiram a delegacia. Eu só ouvi quando saíram gritando. Era muita gente eu não tenho noção de quantos são”, disse.
De acordo Assis de Souza, que testemunhou a ação de linchamento, disse que tentou ajudar os policiais a evitar o assassinato, mas foi ameaçado pelo grupo, composto por mais de 50 pessoas.
“Quando estava passando pela delegacia vi um homem entrando com uma faca e em seguida um a multidão o acompanhou. A vítima estava dentro da cela quando foi atingido pelas facadas”, disse.
A promotora de Justiça Nicole Arnold esteve na delegacia de Bujari para acompanhar o caso, e afirmou que o Ministério Público do Estado vai instaurar procedimento para apurar o assassinato. Ela disse, ainda, que pode ter faltado segurança na delegacia, mas só depois das investigações poderá chegar a uma conclusão.
Jorge Natal, da Contilnet