Caixa-preta mostra que copiloto da Germanwings acelerou descida

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Dados obtidos na segunda caixa-preta do avião da Germanwings que caiu nos Alpes sugerem que o copiloto acelerou deliberadamente a descida da aeronave, segundo investigadores franceses.

Eles dizem que Andreas Lubitz mexeu no piloto automático várias vezes para aumentar a velocidade de descida.

A informação também reforça as suspeitas anteriores, de que Lubitz fez o avião cair de propósito.

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O avião voava de Barcelona para Dusseldorf no dia 24 de março quando se chocou com os Alpes franceses. Todas as 150 pessoas a bordo morreram.

‘Comandante trancado’

O segundo gravador do voo, recuperado na quinta-feira, mostra que “o piloto na cabine usou o piloto automático para colocar o avião em (posição de) descida em direção a uma altitude de 100 pés (30m),” disse em comunicado a agência de investigação francesa BEA.

“Depois, várias vezes o piloto modificou as configurações do piloto automático para aumentar a velocidade do avião enquanto ele descia”, acrescentou.

© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Segunda caixa-preta foi encontrada na quinta-feira
© Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Segunda caixa-preta foi encontrada na quinta-feira

O gravador de voz, encontrado logo após o acidente, já indicava que Lubitz havia se trancado na cabine e impedido o comandante de retornar para o cockpit.

Na quinta-feira, promotores alemães disseram que o copiloto tinha pesquisado métodos de suicídio e informações sobre a segurança de portas de cabine na internet na semana que antecedeu o acidente.

A Lufthansa disse na terça-feira que sabia que, há seis anos, o copiloto havia sofrido um episódio de “depressão grave” antes de ele terminar seu treinamento de voo.

A segunda caixa-preta recuperada é o gravador de dados de voo, que detém informações técnicas sobre o tempo de transmissões de rádio e da aceleração da aeronave, velocidade, altitude e direção, além do uso do piloto automático.

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O promotor de Marselha Brice Robin disse que a segunda caixa-preta foi encontrada perto de um vale rochoso e que não foi descoberta imediatamente porque era da mesma cor que as rochas.

Ele disse que 150 amostras de DNA já foram isoladas no local do acidente, mas ressaltou que isso não significa que todas as vítimas foram identificadas.

Robin acrescentou que 40 aparelhos celulares também foram recuperados e seriam analisados, mas estão “fortemente danificados”.