Cruzeiro do Sul, AC, 25 de novembro de 2024 02:48

Burkina vai retomar governo interino após golpe, diz presidente de Benin

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Burkina Faso vai retornar ao governo civil e um governo interino liderado pelo presidente Michel Kafando será reinstalado, revertendo um golpe militar, disse o presidente de Benin, Thomas Boni Yayi, neste sábado (19).

“Vamos relançar a transição em vigor — uma transição liderada por civis, com Michel Kafando”, disse ele a jornalistas após reunir-se com o líder do golpe, o general Gilbert Giendere, na capital Ouagadougou.

Manifestantes contra o golpe militar se reúnem perto de barricada em Ouagadougou, em Burkina Faso, neste sábado (19) (Foto: Joe Penney/Reuters)
Manifestantes contra o golpe militar se reúnem perto de barricada em Ouagadougou, em Burkina Faso, neste sábado (19) (Foto: Joe Penney/Reuters)

Dez pessoas foram mortas e mais de 100 feridas nas ruas da capital de Burkina Faso desde um golpe militar na quinta-feira (17), disse uma fonte do principal hospital da cidade neste sábado.

A maioria das vítimas recebeu tratamento por ferimentos a bala. Entre os mortos está uma pessoa de 14 anos, disse a fonte.

O presidente do regime de transição de Burkina Faso, Michel Kafando, que estava detido pelos militares que destituíram seu governo, e foi libertado na noite desta quinta-feira (17), anunciaram os golpistas. O primeiro-ministro permanece detido.

Os dirigentes da transição em Burkina Faso estavam retidos desde quarta-feira à tarde, quando militares invadiram o conselho de ministros.

“Como sinal de apaziguamento e de interesse geral, o conselho nacional para a democracia decidiu libertar os ministros e Michel Kafando”, afirma um comunicado.

Apenas o primeiro-ministro Isaac Zida não foi libertado e permanece em “detenção domiciliar”, informou à imprensa o novo homem forte do país, o general Gilbert Diendéré, que assumiu oficialmente na quinta-feira a liderança dos golpistas.

O tenente-coronel Zida é o ex-número dois do Regimento de Segurança Presidencial (RSP), a unidade de elite que executou o golpe de Estado.

Ele chegou ao poder no ano passado, após a queda do presidente Blaise Compaoré. A princípio considerado o homem do exército na transição, suas relações com o RSP rapidamente se deterioraram, a ponto de ter sua demissão exigida em vários momentos por oficiais superiores durante o ano, o que provocou distúrbios.

O general Dienderé comandava o RSP durante o regime de Blaise Compaoré, de quem era braço direito.

A comunidade internacional, que condenou o golpe, exigiu a libertação dos dirigentes do processo de transição.

A União Africana anunciou nesta sexta-feira a suspensão de Burkina Faso, bem como sanções contra os instigadores do golpe militar.

Bombeiro ferido é levado para hospital em Ouagadougou, em Burkina Faso nesta sexta-feira (18), após conflitos durante o golpe de estado no país (Foto: Theo Renaut/AP)
Bombeiro ferido é levado para hospital em Ouagadougou, em Burkina Faso nesta sexta-feira (18), após conflitos durante o golpe de estado no país (Foto: Theo Renaut/AP)
O presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando (direita) e o primeiro ministro, Isaac Zida, em foto de 21 de novembro de 2014 (Foto: AFP Photo/Sia Kambou)
O presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando (direita) e o primeiro ministro, Isaac Zida, em foto de 21 de novembro de 2014 (Foto: AFP Photo/Sia Kambou)

Da Reuters

Do g1.globo.com