Por Larissa Costa
Mais duas cidades do Acre tiveram situação de emergência reconhecida pelo governo federal. A portaria 797, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira, 8 de março, reconheceu que Manuel Urbano e Rodrigues Alves também estão em emergência devido à cheia dos rios no Acre.
O governo do estado tem mobilizado esforços para as ações de assistência e suporte às famílias atingidas pelas cheias dos rios no Acre. Equipes do governo estadual foram enviadas a todas as regionais e envolvem todas as secretarias, além dos órgãos de Proteção e Defesa Civil. Segundo balanço feito pela Casa Civil, em 15 dias, foram entregues quase 69 toneladas de cestas básicas para atender à população.
O programa governamental Juntos pelo Acre chegou em Sena Madureira na sexta-feira, 8, onde mais de 900 famílias continuam nos abrigos municipais. As doações que totalizaram 200 cestas básica, 200 kits de limpeza e 70 fardos de água mineral foram entregues na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social de Sena Madureira.
O centro de distribuição da campanha Juntos pelo Acre, montado pelo governo do Estado, no espaço O Casarão, no centro de Rio Branco, segue a todo vapor para atender a população atingida pelas cheias na capital. Até o momento 1.870 pessoas, em Rio Branco, forma beneficiadas por essa ação.
Apesar de apresentar sinais de vazante, o Rio Acre continua acima da cota de transbordo (14m) e na manhã deste domingo, 10 de março, chegou a 15,05 metros, na capital.
Uma equipe da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) foi até o município de Brasileia na quarta-feira, 6, para fazer o monitoramento e mapeamento dos impactos ambientais causados pela cheia do Rio Acre na cidade. Foram realizadas a coleta de imagens aéreas georreferenciadas para calibração e modelagem de mapas da dinâmica da cheia do rio, bem como monitoramento da qualidade da água em pontos estratégicos de abastecimento do município para que seja feita uma análise da situação ambiental verificada no pós-enchente.
Atualização das bacias acreanas
Com base na atualização do nível dos rios do Acre das 18h de sábado, 9, na Bacia do Rio Acre o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba. Ainda na Bacia do Rio Acre, atualmente os municípios de Rio Branco e Porto Acre, apesar de já apresentarem sinais de vazante, ainda estão em cota de transbordamento.
Na Bacia do Purus, Sena Madureira está em cota de transbordamento e Manoel Urbano encontra-se abaixo da cota de alerta. Já na Bacia do Juruá, o município de Cruzeiro do Sul encontra-se em cota de transbordamento e em Porto Walter abaixo da cota de transbordamento.
No município de Plácido de Castro, o Rio Abunã encontra-se na cota de alerta. Já na Bacia Taraucá-Envirá o nível do rio está abaixo da conta de transbordamento em Feijó e Tarauacá.
Você acompanha o nível dos rios do Acre nas redes sociais do Governo do Acre e da Sema.
Pessoas atingidas pela cheia dos rios
O Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) informou que os dados não sofreram alterações. Assim, com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo CBMAC, nas 14 cidades mais críticas, há 110 abrigos públicos atendendo 10.410 pessoas desabrigadas. Ainda há 18.542 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 19.694 pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.
Veja os números por cidade:
Rio Branco
Pessoas desabrigadas: 2.242
Pessoas desalojadas: 1.919
Nº de bairros atingidos: 51
Abrigos: 13
Igarapés: 6
Cruzeiro do Sul
Famílias desalojadas: 39
Família desabrigadas: 93
Famílias atingidas: 4.991
Nº de bairros atingidos: 12
Abrigos públicos: 11
Abrigos: 13
Feijó
Pessoas desabrigadas: 57
Pessoas desalojadas: 78
Abrigos públicos: 2
Bairros atingidos: 4
Zona rural
Famílias desalojadas 628
Pessoas desalojadas 2653
Plácido de Castro
Pessoas desabrigadas: 232
Pessoas desalojadas: 1.500
Nº de bairros atingidos: 13
Abrigos: 2
Xapuri
Pessoas desabrigadas: 476
Pessoas desalojadas: 2092
Nº de bairros atingidos: 6
Abrigos: 7
Tarauacá
Pessoas desabrigadas: 486
Pessoas desalojadas: 2.500
Nº de bairros atingidos: 8
Abrigos: 5
Assis Brasil
Pessoas desabrigadas: 340
Pessoas desalojadas: 125
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 4
Jordão
Pessoas desabrigadas: 1.706
Pessoas desalojadas: 2.061
Nº de bairros atingidos: 4
Abrigos: 7
Sena Madureira
Pessoas desabrigadas: 603
Pessoas desalojadas: 370
Nº de bairros atingidos: 15
Abrigos: 12
Epitaciolândia
Pessoas desabrigadas: 1.754
Pessoas desalojadas: 2.150
Nº de bairros atingidos: 6
Zona rural: 6 comunidades
Abrigos: 10
Santa Rosa do Purus
Pessoas desabrigadas: 521
Pessoas desalojadas: 1816
Nº de bairros atingidos: 2
Igarapés: 1
Abrigos: 6
Brasileia
Pessoas desabrigadas: 1.276
Pessoas desalojadas: 2.220
Nº de bairros atingidos: 12
Abrigos: 16
Marechal Thaumaturgo
Pessoas desabrigadas: 192
Pessoas desalojadas: 2.110
Nº de bairros atingidos: 3
Comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas atingidas: 119
Abrigos: 5
Manoel Urbano
Pessoas desabrigadas: 696
Pessoas desalojadas: 236
Nº de bairros atingidos: 2
Igarapés: 1
Abrigos: 4
Porto Walter
Pessoas desabrigadas: 155
Pessoas desalojadas: 920
Nº de bairros atingidos: 5
Abrigos: 8
Segurança do Estado orienta atingidos pela enchente
Em todo o Acre, dois números telefônicos garantem contato direto dos atingidos pela enchente com as autoridades estaduais. São 190, da Polícia Militar, e o 193, do Corpo de Bombeiros.
Por meio dos canais controlados pelo Centro integrado de Comando e Controle Estadual (Cicce), a população pode fazer registros de ocorrência e solicitar atendimentos de urgência e emergência.
Há um efetivo empenhado (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias de Estado) para atender as famílias necessitadas.
Obs: Os números podem sofrer alterações de acordo com o horário de divulgação deste boletim.
Confira o relatório direto no site do Corpo de Bombeiros.
Todos os dados são concentrados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) por meio do Cigma, onde funciona a sala de situações e monitoramento ambiental.
Cuidado com a rede elétrica
Para prevenir acidentes, a concessionária de energia elétrica Energisa orienta aos clientes afetados pela cheia a não tentar consertar eventual falta de energia. Se a casa for atingida pela água da enchente, desligue o disjuntor de energia (chave geral).
A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para avaliar ou realizar o desligamento da energia por motivo de segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas.
A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) e call center 0800-647-7196.
Fonte agencia.ac.gov.br