Construído em 2013, às margens do Rio Juruá, no bairro Miritizal, o polo naval de Cruzeiro do Sul juntou num só lugar uma série de serviços para facilitar a dinâmica da navegação no Rio Juruá, uma das mais movimentadas de todo o estado. São centenas de embarcações que todo dia sobem, descem e atravessam o rio em frente à cidade.
No polo são construídos bajolas, canoas, baleeiras, batelões, rebocadores e barcos de alumínio de todos os tamanhos. Além disso há produção de palhetas, embuchamento de rabetas de motores e mecânica. A administração do local está a cargo da Cooperbajola, cooperativa formada por construtores navais.
O carpinteiro naval Lindalci Maciel de Souza já tem 30 anos de profissão. Ele conta que trabalhava na beira do rio até que foi construído o polo. Desde a inauguração – informa – já foram construídas cerca de 150 bajolas e de 200 a 250 canoas: “Tem épocas que tenho cinco ou seis bajolas para fazer. Às vezes tenho que liberar para um colega, porque não dá tempo de atender”.
José Maria da Silva, juntamente com um irmão, toca uma das oficinas do polo especializada em fabricar palhetas e outras peças em torno mecânico, além de trabalharem com soldas. “Aqui não faltam encomendas” – disse.
Já na oficina do “Mano Véio”, um grupo de mecânicos oferece qualquer tipo de serviço para motores navais.
Bajolas
A bajola é uma mini lancha, de transporte rápido, uma canoa feita de madeira inventada pelos construtores de canoas do bairro da Lagoa, hoje situados no polo. Ela pode navegar com pouca água; até com lâminas de 20 cm de água é possível. E surgiu principalmente pelo desejo de navegar com velocidade, o que fez surgir uma competição anual de corrida de bajolas. Além de rápida, a bajola é de fácil manuseio, por ser leve.