Por Miguel França
As luzes da Arena dos Folguedos iluminaram incríveis expressões culturais regionais na quinta noite do Arraial Cultural, que aconteceu neste sábado, 20, no Calçadão da Gameleira, em Rio Branco. O evento promovido pelo governo do Estado do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansur (FEM), teve a ilustre presença do grupo folclórico Marupiara Jabuti-Bumbá; do grupo Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar.
Mostrando toda a diversidade cultural e celebrando tradições acreanas, as apresentações fizeram os olhos de crianças, responsáveis e de todos os presentes brilharem e reviverem a extensa cultura local.
Uma das manifestações mais notáveis foi o Marupiara Jabuti-Bumbá, uma expressão artística contemporânea que surgiu em 2005, em Rio Branco. Inspirado no folguedo Bumba-meuboi, esse espetáculo destaca as peculiaridades locais do Acre, incluindo o uso do jabuti como personagem principal, simbolizando a luta pela preservação da floresta amazônica.
Com enredos que abordam figuras históricas e lendas locais, como Chico Mendes e Nossa Senhora Seringueira, o Marupiara Jabuti-Bumbá encantou o público com suas canções e danças, que também incorporam elementos da religião popular Santo Daime.
A artista Deusa Maria do Nascimento Franca compõe o Jabuti-Bumbá desde sua fundação há 18 anos. Hoje, com 24 anos e cursando artes cênicas na Universidade Federal do Acre (Ufac), a estudante afirma que quando entrou “apenas” dançava e cantava, mas hoje é diretora de encenação, de dança, coordenadora do grupo e assistente de produção.
“Hoje a expectativa está ótima porque, eu estava olhando a programação, e estamos junto de vários grupos populares daqui! Eu fico muito feliz quando a gente está no meio da cultura popular; não é sempre que a gente está se apresentando, então quando nos apresentamos com essa galera dá uma alegria”, celebrou a artista.
Outra atração de destaque foi o grupo Lambada e Cia, com o espetáculo Boi Lunar. O grupo tem menos de três anos, mas mostra seu vigor com uma apresentação forte, colorida e coreografada. O espetáculo saiu da mente do artesão Dino Camilo da Silva, o “Lambada”, que dentro do grupo cumpre a função de diretor, coordenador e figurinista. O mesmo afirma que fazer o que faz é “coisa de doido”: “ É coisa de doido, mas é o que eu sou!”, celebra.
“Tenho 53 e a minha vida toda foi trabalhar com cultura. Dancei na quadrilha agora, fui o melhor noivo. Então a gente não para, é um um desafio, sempre um desafio e é prazeroso, é sempre uma expectativa que vai dar tudo certo, se público vai gostar, porque eu me preocupo muito com o público. Minha maior preocupação é com o público”, compartilha o artista.
Com uma programação diversificada e inclusiva, o Arraial Cultural 2024 reafirmou o compromisso do governo do Acre com a valorização e preservação de sua rica herança cultural, proporcionando momentos de alegria e celebração para todas as idades e origens.