Desde 2006,a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem trabalhando a questão de manejode solo no Vale do Juruá tentando dar algumas respostas aos produtores sobre o manejo em si e aumento da produtividade. Segundo o analista Marcelo André Klein, da representação da empresa em Cruzeiro do Sul, não resta dúvida: o melhor meio é o plantio direto.
Os estudos foram divulgados recentemente através do Comunicado Técnico 186 e podem ser acessados no site da empresa. Klein explica que o plantio direto consiste no mínimo revolvimento de solo e ele deve ser acompanhado da rotaçãode culturas, além de adubação química, comutilização de calcário e NPK. “Temos tido excelentes resultados para a cultura de mandioca e também de milho que testamos nesses experimentos” – disse.
Para se chegar às conclusões foram testados experimentos com o plantio direto e com o sistema tradicional que é o manejo com grade e com fogo ainda muito difundido na região. Também foi testada a questão da adubação química e adubação verde com leguminosas que fixam o nitrogêniono solo.
Para o analista, um dos pilares do plantio direto é a rotação de culturas. Foi então introduzido o milho para fazer com que oprodutor pudesse sair da monocultura da mandioca e diversificasse sua produção. Ele não descarta a mecanização quando se faz o primeiro manejo de solo, ocasião em que é muito complicado fazer o plantio direto. “Noentanto, se você quiser ter melhoria do solo a longo prazo é necessário utilizar tecnologias queprovoquem o aumento do teor de matéria orgânica dosolo. Se a terra for deixada para encapoeirar só há aumento desse teor com o plantio direto” – argumenta.
Menos mão de obra
Uma das grandes vantagens apontadas pelos produtores que aderiram ao plantio direto, além do aumento da produtividade, foi a diminuição da mão de obra. No sistema tradicional é necessário fazer cinco a seis capinas numperíodo que pode durar de 8 a 14 meses, já no plantio direto há experiências em que foram necessárias apenas duas capinas por ciclo.
Explica Klein que no plantio direto se mantém uma palhada sobre o solo, que, além de liberar nutrientes ao longo do ciclo da cultura, protege o solo das plantas daninhas.
Milho
Nos experimentos da Embrapa tem se conseguido uma produtividade de 50 a 60 sacas de milho por hectare. “Não é uma produtividade alta, mas é boa. Para a agricultura familiar eu aposto muito nacultura do milhoporque é versátil, tem diversas utilidades, garante a segurança alimentar e possibilita a criação de pequenos animais – analisa Klein. Finalizando ele comenta que no Juruá existem milhares de hectares passíveis de recuperação.