O prefeito municipal de Cruzeiro do Sul demitiu, no início da primeira semana de 2015, 250 servidores que exerciam funções em Cargos Comissionados e por meio de Contratos Temporários. Vagner Sales (PMDB) justificou a medida como sendo indispensável para conter a crise financeira por que atravessa a sua administração, “tendo em vista a diminuição dos repasses federais, bem como o Fundo de Participação do Município (FPM)”, alega o prefeito.
A assessora de comunicação da prefeitura, Daiana Maia, comunicou que as demissões fazem parte das “medidas saneadoras” para contenção de gastos. “Os 250 profissionais são ligados às diversas secretarias da prefeitura, e não procede que estamos fazendo isso por perseguição política, demitindo opositores. O motivo principal é a diminuição dos repasses federais que atrapalham a gestão municipal. Esse período de crise não acontece só em Cruzeiro do Sul, mas também em nível estadual e nacional”, afirmou Daiana.
A assessoria, ainda explicou que atual situação da prefeitura também se deve aos gastos elevados em 2014, devido as despesas com os trabalhos desenvolvidos, e que continuam sendo realizados, no combate à dengue no município. Foi gasto o equivalente a R$ 1,5 milhão, sendo que destes, apenas R$ 229 mil foram provenientes do Ministério da Saúde, como auxilio imediato, cabendo ao estado apenas a ajuda técnica para o município.
Outro grande vilão que contribuiu para as demissões, segundo a assessoria, são as inadimplências no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, que chega a 90%, o que tem gerado um prejuízo de aproximadamente três milhões de reais aos cofres municipais.
Outro destaque é a readequação da folha atual da prefeitura que está em 60%, para se enquadrar nas determinações do Tribunal de Contas, que é de 56%.
Mini reforma de araque
As mudanças também aconteceram nas chefias de algumas secretarias. O secretário de Agricultura, Erni Dombrowski, foi substituído interinamente por Neto Vitalino. A Secretária de Meio Ambiente, Francisca Nascimento, foi substituída interinamente por Antônio Érisson, e o Secretário de Obras, Osmar Bandeira, substituído por José Lisboa.
O ‘Leão do Juruá’ não ruge, mia!
Contudo, as medidas adotadas pelo executivo municipal contrastam com o discurso sempre arrogante e prepotente do prefeito Vagner Sales (PMDB). Sempre que tinha oportunidade e, sobretudo em eventos que contava com a presença de seus colegas de outras cidades e também do governador do Acre – Tião Viana (PT), Sales fazia questão de bradar que, se havia crise financeira, era nos governos Federal e Estadual.
Em uma reunião da Bancada Federal do Acre, para debater emendas parlamentares ao OGU, ocorrida em Rio Branco, ele teria dito para uma plateia perplexa: “Crise? Que crise? No meu município não existe isso. Nós temos dinheiro de sobra, até posso emprestar para quem está quebrado”, jactou-se Vagner Sales que, agora, manda para engrossar a fila de desempregados centenas de pais de família.