Por Ângela Rodrigues
No segundo dia de intercâmbio técnico da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF Task Force), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, a presidente do Comitê Regional para Parcerias com Povos Indígenas e Populações Tradicionais do GCF no Brasil e secretária de Estado dos Povos Indígenas do Acre, Francisca Arara, foi uma das painelistas do encontro, abordando perspectivas atuais envolvendo o tema, ao lado de lideranças da Bolívia, Peru e México, que também integram o comitê, em nível global.
O painel, mediado pela diretora de Planejamento da Fundação Natura Bolívia, Zulema Barahona, contou com as considerações dos membros do Comitê Global da Bolívia, Peru e México e também de representantes do governo da Noruega, um dos países mais comprometidos em apoiar financeiramente o Brasil nos esforços para conservação das florestas e uso sustentável na Amazônia.
“Nós temos a sociedade civil, o governo e também as secretarias de povos indígenas. Lutamos pra estar nesses espaços [de poder público] e precisamos ter apoio e recursos pra executar nossas ações. Nunca mais, discussões em nível global, nacional e local, sem a nossa participação. Temos muito conhecimento para contribuir, nós preservamos 80% da floresta tropical. Se hoje tem floresta no mundo é graças aos esforços dos povos indígenas e das populações tradicionais, com o apoio financeiro dos parceiros e financiadores”, destacou a gestora.
No período da tarde, Francisca Arara integrou o painel sobre governo e políticas públicas: “Aumentando a credibilidade das abordagens de governança tropical: lições da Amazônia”.
Ao lado do secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema), Eduardo Taveira, Francisca Arara destacou o pioneirismo do Acre com a política do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa) e suas instâncias de governança, que asseguram a participação da sociedade civil e dos povos indígenas, de mulheres e, em breve, também dos jovens nos espaços de discussões e tomada de decisões.
A gestora aproveitou a presença de financiadores e parceiros internacionais para falar da burocracia imposta pelos organismos internacionais para destinação dos recursos, especialmente em benefício dos povos indígenas. Também destacou a falta de um mecanismos de fundos climáticos que atenda as necessidades e objetivos dos povos da Amazônia.
Fonte agencia.ac.gov.br